Obama pede a republicanos para "reabrir” administração e critica "cruzada ideológica"

01/10/2013 - 20h19

Da Agência Lusa
  
Washington – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu hoje (1º) aos republicanos para “reabrirem” a administração federal, cuja atividade está a partir de hoje parcialmente paralisada por falta de fundos, e criticou uma “cruzada ideológica” contra a reforma do sistema de saúde. Em uma declaração a partir da Casa Branca, Obama alertou que, quanto mais durar a paralisação, piores serão os efeitos.

Na mesma declaração, o chefe de Estado norte-americano denunciou que “uma facção” do Partido Republicano, a ala mais conservadora, obrigou a paralisação da administração federal “só porque não gosta de uma lei”, em uma referência à reforma do sistema de saúde norte-americano, conhecida como “Obamacare”.

“Esta paralisação republicana não era inevitável, quero que todos os americanos entendam por que ela ocorreu”, frisou Obama. “Eles paralisaram o governo em nome de uma cruzada ideológica para impedir milhões de norte-americanos de poder tratar-se por um preço razoável”, defendeu.

Os Estados Unidos acordaram hoje, no início de um novo ano fiscal, com os serviços da administração federal parcialmente paralisados pela primeira vez em 17 anos, situação que obrigou 800 mil funcionários públicos a ficar em casa e com museus e parques nacionais, por exemplo, fechados.

Na segunda-feira, o Senado norte-americano rejeitou um projeto de Orçamento temporário, aprovado no fim de semana pela Câmara dos Deputados. Os 54 senadores democratas, que garantem a maioria no Senado, votaram contra um texto que teria permitido financiar o Estado federal a partir de terça-feira, mas que comprometia a lei sobre a reforma da saúde patrocinada pelo presidente Barack Obama.

O governo federal é o principal empregador dos Estados Unidos, com mais de 2 milhões de funcionários civis e 1,4 milhão de soldados na ativa.

Apesar da interrupção, os militares vão continuar a receber os respetivos pagamentos, graças a uma medida aprovada na segunda-feira à noite nas duas Câmaras do Congresso norte-americano e posteriormente assinada por Obama.

O último encerramento parcial dos serviços federais ocorreu em janeiro de 1996 e durou 21 dias.