Polícia Federal pode apurar causas do incêndio em município catarinense

26/09/2013 - 23h16

Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff solicitou hoje (26) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal (PF) investigue as causas da explosão de uma fábrica de fertilizantes em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. A explosão na noite de terça-feira (24) desencadeou um incêndio no galpão da fábrica que já dura 48 horas. A PF, que já está no local, vai aguardar a apuração de órgãos ambientais sobre a existência de danos ao meio ambiente para, caso julgue necessário, instaurar inquérito sobre o caso.

Pela manhã, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que esteve ontem (25) em São Francisco do Sul, informou à presidenta o andamento das operações. Profissionais da Segurança Pública e do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina trabalham na contenção da fumaça, no atendimento à população e na apuração das causas do incêndio.

De acordo com o site oficial do governo estadual, técnicos do Instituto-Geral de Perícias e da Diretoria Técnica do estado foram enviados ao município para auxiliar os trabalhos da perícia. Uma possível investigação da PF sobre o caso, no entanto, só deve ocorrer caso sejam apontados danos ambientais pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovávei (Ibama) e pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma) de Santa Catarina.

No momento, a Polícia Federal atua para apoiar as ações do Gabinete de Crises criado para resolver a situação. Segundo a assessoria de imprensa da PF, a existência do Núcleo Especial de Polícia Marítima na capital Florianópolis facilitou o auxílio à gestão do combate ao incêndio. Para isso, lanchas e embarcações foram emprestadas à Defesa Civil de Santa Catarina para agilizar as operações.

A grande quantidade de fumaça é provocada pela oxidação de 10 mil toneladas de fertilizantes durante a queima. O fogo começou após explosão em uma carga de nitrato de amônio. Segundo a assessoria de imprensa do estado, “as causas que provocaram a oxidação ainda não foram divulgadas pela empresa Global Logística, responsável pelo armazenamento do produto”.

Ontem, o governador Raimundo Colombo decretou estado de emergência em São Francisco do Sul, já que a fumaça se espalhou por toda a região. De acordo com o site oficial do governo, a população é mantida afastada da fábrica e mais de 400 pessoas que moram nas proximidades foram encaminhadas para abrigos.

O especialista em produtos perigosos da Defesa Civil de Santa Catarina, major-bombeiro Geovane Matiuzzi, disse nessa quarta-feira que a fumaça não é letal, mas que o gás formado a partir da queima do nitrato de amônia provoca o mesmo efeito de um gás lacrimogêneo.

 

Edição: Aécio Amado

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