Indicadores sociais das cidades estão entre critérios para distribuição de médicos cubanos

27/08/2013 - 17h48

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (27) que entre os critérios para definir a distribuição dos médicos cubanos pelos 701 municípios que não atraíram nenhum profissional no Programa Mais Médicos serão observados os indicadores de pobreza e também a composição das equipes. Os 400 profissionais cubanos, assim como demais estrangeiros, iniciaram ontem (26) curso que terá duração de três semanas e, após avaliação, os aprovados serão alocados nos municípios.

“Estamos definindo isso a partir de indicadores de pobreza, escassez de profissionais médicos, IDHM [Índice de Desenvolvimento Humano Municipal] dos municípios e também de composição das equipes. Têm profissionais médicos que vieram na missão externa que são casais, a ideia é poder alocar os casais no mesmo município. Essa estratégia será definida ao longo da semana”, disse Padilha após a divulgação da pesquisa Vigitel 2012.

Os médicos cubanos e demais estrangeiros que participam do curso em Brasília serão descolados hoje dos alojamentos militares onde estão hospedados e reacomodados em outros locais, de acordo com Padilha. Os profissionais reclamaram das condições do alojamento e o ministro disse que eles serão reacomodados em locais onde tenham condições de estudar também durante a noite e com acesso à internet. “Todos eles serão descolados para locais onde possam estudar durante a noite e no alojamento militar em que estavam não tinham essas condições tão adequadas”, explicou.

Questionado mais uma vez sobre a remuneração dos profissionais cubanos, o ministro Alexandre Padilha respondeu que não vê questionamentos sobre o quanto recebe e quanto fica de recursos para o Banco Mundial em qualquer ação de consultoria prestada pela instituição e, segundo ele, Cuba é como um Banco Mundial da atenção básica de saúde. Ele também citou a vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Cobas.

“Ela falou em salário integral [salário que os cubanos recebiam pelo trabalho em Cuba], mais bônus que recebem por participar de serviço externo, mais 40% da bolsa. Acho que não podemos ficar reforçando preconceito e não vamos permitir qualquer debate ideologizado sobre isso”, disse.

A vinda dos profissionais de Cuba faz parte de acordo do Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A previsão é trazer ao Brasil, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Os primeiros 400 profissionais chegaram ao Brasil nesse fim de semana. Eles vão atuar nas cidades que não atraíram profissionais inscritos individualmente no Programa Mais Médicos.

Edição: Fábio Massalli

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