Protesto agrário na Colômbia chega ao oitavo dia sem perspectiva de acordo

26/08/2013 - 16h07

Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil / EBC

Bogotá – O Protesto Nacional Agrário da Colômbia completa hoje (26) oito dias de mobilização, sem sinal de acordo entre o governo de Juan Manuel Santos e os pequenos produtores rurais, indígenas, caminhoneiros, mineiros, professores e universitários que fazem parte do movimento. Ao todo 28 rodovias nos departamentos de Boyacá, Cauca, Cundinamarca, Huila, Nariño e Putumayo estão bloqueadas.

Em algumas áreas, o país enfrenta problemas de abastecimento. O movimento começou a promover panelaços em protesto. No domingo, um grupo tomou as ruas de Tunja, capital de Boyacá, um dos departamentos mais afetados pelos protestos. Apesar de o governo ter dito hoje que negociará e dialogará para chegar a um acordo, o panelaço ganha força. E os protestos, antes localizados em rodovias e em cidades menores, receberam apoio da população de grandes centros urbanos.

Pelo Twitter e Facebook, manifestantes se mobilizam e prometem uma concentração para  as 18h (20h, horário de Brasília), na capital Bogotá, e em outras regiões metropolitanas, como Medellín e Cali.

O governo e os manifestantes tentaram chegar a um acordo na última semana, sem sucesso. De acordo com os líderes do movimento, quatro pessoas teriam morrido devido à violência policial para frear os protestos e mais de 200 manifestantes foram presos.

Ontem (25) à noite, o presidente Juan Manuel Santos, negou a acusação de que não tem dado prioridade à política agrária e as necessidades dos pequenos produtores agrícolas. Segundo ele, desde que iniciou seu governo há três anos, ofereceu cerca de U$ 780 milhões ao setor. “Sigamos trabalhando juntos, continuemos o diálogo que temos mantido com muitos setores, porque o diálogo não começou agora, começou faz muito tempo e espero que continue para o bem de todos”, disse Santos em declaração pelo fim do protesto.

Os manifestantes pedem melhores condições de trabalho, melhores salários e revisão das políticas agrícolas. Eles dizem que o governo não tem feito chegar aos camponeses os recursos prometidos.

 

Edição: Beto Coura
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