Médicos de Brasília fazem manifestação contra vetos ao Ato Médico e contratação de estrangeiros

16/07/2013 - 22h03

Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Um grupo de cerca de 200 médicos interrompeu, por cerca de uma hora, uma faixa da via W3 Sul, em frente ao Hospital Sarah Kubistchek, no centro da capital federal. O grupo protestou contra os vetos da presidenta Dilma Rousseff ao Projeto de Lei 268/2002, o chamado Ato Médico e contra a contratação de profissionais estrangeiros sem a aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida).

A manifestação, que ocorreu em paralelo a outras organizadas hoje (16) por todo o país, deixou o trânsito lento. Muitos motoristas, no entanto, buzinavam em apoio aos médicos.

Para o presidente da Associação Brasiliense de Médicos Residentes, Rafael Vinhal, os vetos ao Ato Médico ferem competências restritas. “Com os vetos, o Ato médico não adianta nada para o movimento médico, uma vez que eles foram, principalmente, em relação a diagnóstico e tratamento, gerência de serviços médicos e prescrição de órteses e próteses. Esses tipos de procedimentos são atos privativos de médicos”. Vinhal explicou ainda que a aprovação integral do texto apenas manteria o cenário atual da área de saúde. “Se o Ato Médico fosse aprovado na íntegra, nada mudaria. Continuaria tudo do jeito que já é feito hoje”, destacou.

O médico Dimitri Homar, do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), alertou para a entrada de estrangeiros sem o Revalida. Segundo ele, a medida do governo é perigosa. “Estamos fazendo isso pelos brasileiros. O povo não é bicho, merece ser tratado por médicos com competência comprovada, e não por médicos que nem podem atuar em Cuba. São médicos tipo exportação”.

Homar também criticou a medida do governo que estende o Revalida para estudantes brasileiros. “Isso é uma jogada de marqueteiros do governo, é jogo político. Os médicos brasileiros já mostraram sua capacidade”, disse.

 

Edição: Aécio Amado

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