Saldo da Copa das Confederações reforça democracia brasileira, avalia professor

30/06/2013 - 20h17

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Seja qual for o resultado do jogo entre as seleções do Brasil e da Espanha, que encerra hoje (30) a Copa das Confederações no estádio do Maracanã, o saldo já é positivo, disse o professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Victor Melo.

“Significou, de alguma forma, um estímulo para a mobilização das pessoas. Foi bom. Pode ser que isso ajude um pouco na contenção de gastos que a gente vai ter com a Copa de 2014”. Para Victor Melo, “no mínimo”, a Copa das Confederações, da Federação Internacional de Futebol (Fifa), mostrou que as pessoas estão atentas a outros fatos que não apenas o futebol.

Ele acredita que o melhor resultado dessa Copa é a mobilização da população que reivindica novos posicionamentos democráticos. “Acho que, talvez, isso tenha sido o melhor”.

O professor da UFRJ ponderou que há necessidade agora de observar os desdobramentos desse movimento, para ver se ele terá força para reivindicar que os gastos públicos que estão sendo feitos com a organização da Copa do Mundo de 2014 e também com as Olimpíadas de 2016  sejam mais transparentes, para  que o povo tenha mais controle sobre o que está sendo feito.

“Temos que esperar esses desdobramentos. Pode ser que a Copa de 2014, a partir desse prisma, traga mais benefícios para o país. Por isso, acho que a Copa das Confederações foi um importante alerta de que a população está atenta ao que ocorrre, que a população não está alienada com o discurso ufanista que cerca o espetáculo”, reiterou.

Segundo Melo, muita gente soube de forma clara distinguir que havia uma reivindicação em volta do evento, mas isso não tinha relação com os símbolos nacionais. “A Seleção Brasileira continua movimentando as pessoas. Então, essas manifestações contrárias à forma como o evento tem sido organizado  não podem, de maneira nenhuma, ser confundidas com manifestações não patrióticas. Pelo contrário. São manifestações patrióticas, que esperam que o país tenha mais transparência”.

Edição: Graça Adjuto

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