Reação do mercado de trabalho mostra comportamento tímido em maio, diz economista do Dieese

26/06/2013 - 17h47

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo- A economista Ana Maria Belavenuto, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), avaliou como “tímido” o comportamento do mercado de trabalho, em maio, período em que, normalmente, há uma recuperação mais expressiva das contratações de pessoal em relação aos primeiros meses do ano.

Ana Maria se referia ao resultado da pesquisa feita em conjunto com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que mostra crescimento de 0,5% no nível de ocupação no conjunto de sete regiões metropolitanas. Com 91 mil postos criados e 74 mil pessoas a mais no mercado em busca de emprego, houve uma redução de 19 mil pessoas no total de desempregados, estimado em 2,472 milhões.

O destaque foi a região metropolitana de Fortaleza que ampliou a oferta de vagas em 1,3%. A segunda maior taxa foi constatada no Recife (0,9%), seguida do Distrito Federal com 0,6%. Nas demais, a reação foi mais fraca: São Paulo com 0,4%; Belo Horizonte com 0,3%; Porto Alegre com (0,3%) e Salvador praticamente estável com 0,1%.

Segundo Belavenuto, o crescimento do mercado em Fortaleza está atrelado a um bom desempenho das atividades na indústria, que dá sinais de recuperação, e também é consequência do aquecimento na área da construção civil. No conjunto das sete regiões, o crescimento do emprego foi maior na construção com 13 mil postos ou 0,8% maior do que em abril. O segmento de serviços aparece em seguida com alta de 0,7% e 80 mil vagas.

No comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas foram criadas mais 16 mil vagas, com um aumento de 0,4% e, na indústria de transformação, onde houve saldo positivo de 8 mil ou 0,3%. Este último setor foi o único onde o mercado encolheu comparativamente a maio do ano passado, com queda de 4,8%.

O levantamento mostra ainda que na grande maioria das regiões, o rendimento dos empregados caiu em abril. Na média, o valor foi 0,2% menor do que em março com R$ 1.588. Em Belo Horizonte houve recuo de 1,5%, com o valor em R$ 1,631; no Distrito Federal queda de 1,1%, com R$ 2.278; Salvador (-0,8%), com R$ 1.087 e, em São Paulo, (-0,2%) com R$ 1.707.

Nas demais localidades, os ganhos foram melhores em Fortaleza com alta de 2,3% e valor de R$ 1.055; em Recife (0,9% e R$ 1.167) e Porto Alegre (com 0,5% e R$ 1.681). Na média, os assalariados conseguiram uma pequena recuperação de 0,3% com valor de R$ 1.635.

O economista Alexandre Loloian, coordenador da pesquisa pela Fundação Seade, informou que, em São Paulo,  o rendimento médio teve uma queda de 6%, em um período de seis meses de novembro do ano passado a abril deste ano, mês em que atingiu R$ 1.707. Na opinião dele, ainda “existem incertezas”, sobre os rumos da economia tanto em nível interno quanto externo. No entanto, ele lembra que analistas do mercado financeiro projetam uma evolução favorável das atividades no Brasil.

Edição: Fábio Massalli

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