ONG diz que ALL abandonou malha ferroviária argentina

05/06/2013 - 20h21

De Monica Yanakiew
Correspondente da Agência Brasil/EBC

Buenos Aires – O presidente da organização não governamental Instituto Argentino de Ferrovias (IAF), Pablo Martorelli, fez novas acusações hoje (5) contra a empresa brasileira América Latina Logística (ALL), cujo contrato foi rescindido ontem (4) pelo governo da presidenta Cristina Kirchner. Segundo ele, a empresa abandonou 60% da malha ferroviária de 8 mil quilômetros, que usava desde 1999 para transporte de carga, “e rejeitou novos clientes, prejudicando a economia argentina, para beneficiar sua própria frota de caminhões brasileiros, que faziam o mesmo trajeto que os trens”.

Martorelli disse, em entrevista à Agência Brasil, que a expulsão da empresa brasileira da Argentina vinha sendo pedida há anos.  A privatização da rede ferroviária argentina, que ocorreu nos anos 1990, é questionada há décadas: as empresas privadas que ganharam as concessões têm sido acusadas de investir pouco em manutenção, graças, em parte, à falta de fiscalização do Estado. “Mas de todas as empresas privadas que ganharam concessões na Argentina, a ALL é a pior”, disse Martorelli. “A ALL desmantelava a malha de ramais ativos para fundir o material e foi denunciada e flagrada várias vezes”.

Ontem o Ministro do Interior e do Transporte da Argentina, Florencio Randazzo, anunciou a rescisão dos contratos com a ALL e outra empresa argentina, que tinha a concessão do Trem da Costa. Ele disse que, como nenhuma das duas cumpriu o estipulado, o Estado não terá que pagar indenização.

No início da noite de ontem, a ALL soltou um comunicado em que informa que “adotará todas as medidas legais cabíveis” em relação à decisão do governo argentino de rescindir os contratos da empresa na Argentina.

Edição: Fábio Massalli

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