Presidente do Egito chega hoje ao Brasil para conhecer ações de combate à pobreza

07/05/2013 - 14h53

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente egípcio, Mouhamed Mursi, chega hoje (7) a Brasília e fica no Brasil até o dia 9. De Brasília, ele segue para São Paulo, mas antes tem reuniões com a presidenta Dilma Rousseff e os ministros das áreas econômica e social. Mursi está interessado, principalmente, nos programas de transferência de renda, que reduziram a pobreza e a fome no Brasil, e também nos projetos para a geração de emprego e renda.

O subsecretário-geral político do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, o embaixador Paulo Cordeiro, disse à Agência Brasil que Mursi já encaminhou pedidos a Dilma para obter informações e fechar parcerias para incentivar a economia egípcia.

“O presidente Mursi vem ao Brasil porque está especialmente interessado nas novas tecnologias sociais para a melhoria da qualidade de vida no Egito”, ressaltou o embaixador, lembrando que Mursi e Dilma conversaram, no ano passado, em Nova York, nos Estados Unidos.

Mursi se encontra amanhã (8) com Dilma e os ministros das áreas econômica e social. Haverá uma espécie de exposição, no Itamaraty, com os ministros brasileiros, para explicações detalhadas sobre os projetos de interesse do governo egípcio. Antes, o egípcio irá à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Também estão previstas visitas à Câmara e ao Senado.

Em Brasília, Mursi está interessado em conhecer as ações relativas ao combate à fome e à pobreza, além da distribuição da merenda escolar. Em São Paulo, Mursi e sua comitiva se reúnem com empresários de vários setores, além de terem encontro com a comunidade de língua árabe.

A visita de Mursi ao Brasil é a última etapa das viagens do presidente egípcio aos integrantes do Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O porta-voz da Presidência do Egito, Ihab Fahmy, disse que Mursi quer ampliar a cooperação comercial, econômica e industrial, além de atrair mais investimentos brasileiros para o Egito.

Desde o fim do governo de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, o Egito vive momentos de instabilidade política, econômica e social. O governo tenta administrar a queda nas receitas provocada, entre outras razões, pela redução do turismo e dos investimentos estrangeiros. Paralelamente, o atual governo enfrentou uma série de manifestações violentas da população.

Com quase 90 milhões de habitantes, o Egito é o país mais populoso do mundo árabe. Cerca de 60% da população são formados por jovens, que sofrem com o desemprego e a falta de perspectivas para o futuro. Mursi se elegeu em 2012 prometendo melhorar a situação econômica e social do país.

Na visita ao Brasil, Mursi deve defender o interesse de o Egito fazer parte do grupo de países emergentes. A próxima cúpula do Brics será no Brasil, em 2014. O egípcio já foi à Rússia e aproveitou para reforçar acordos nas áreas energética, do petróleo, do gás e da indústria nuclear.

Ao lado da Arábia Saudita, da Turquia e do Irã, o Egito está entre os principais parceiros do Brasil envolvendo os países muçulmanos. Em 2012, o volume do comércio bilateral atingiu US$ 2,7 bilhões.

Edição: Davi Oliveira

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