Ritmo de abertura de pequenas empresas cai na última década

29/04/2013 - 11h29

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Responsáveis por quatro em cada dez postos de trabalho disponíveis no país e por quase 40% da remuneração da força de trabalho brasileira, os pequenos negócios têm demonstrado menor fôlego no que diz respeito à abertura de empreendimentos. Dos 15 milhões de empregos criados no país, entre 2001 e 2011, 40% - 6 milhões - foram em pequenos negócios. Essa participação, no entanto, está mais associada ao aumento no número de empregados em cada um dos estabelecimentos do que à expansão da quantidade de empreendimentos. Por outro lado, o setor têm sido responsável por postos de trabalho com melhor qualidade, o que inclui maior formalização da atividade.

De todos as vagas que os pequenos empreendedores geraram ao longo da última década, 95% eram formais, o que indica que mais trabalhadores contam com sistema público de proteção, como seguro-desemprego, auxílio-doença, auxílio-maternidade e aposentadoria. Além disso, a proporção de pequenos empreendedores que contribuíam para a Previdência subiu de 20% para 28% entre 2001 e 2011, com aceleração no processo a partir de 2008.

A constatação está no terceiro caderno da série Vozes da Nova Classe Média, lançado hoje (29) pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. A publicação mostra a contribuição do empreendedor para a expansão da nova classe média brasileira e traz dados sobre a formalização da atividade.

O estudo aponta que, além do processo de formalização crescente, houve expansão nas remunerações do setor, principalmente entre os que detinham inicialmente os salários mais baixos. A remuneração dos empregadores teve crescimento de 0,6% ao ano, enquanto a dos trabalhadores aumentou a uma taxa superior a 2% ao ano. Como consequência desse movimento, a porcentagem de empregados dos pequenos negócios que pertencem à classe baixa caiu pela metade entre 2001 e 2011, passando de 36% para 17% no período. Atualmente, quase dois terços desses trabalhadores integram a classe média.

O levantamento destaca, ainda, que o pequeno empreendedorismo atua como importante mecanismo de expansão e sustentabilidade da classe média, na medida em que impulsiona a ascensão a esse estrato social de pessoas que estavam na classe baixa. O estudo ressalta, no entanto, que o setor também contribui para que pessoas deixem a classe média em direção à classe alta. Na década, para cada novo empreendedor surgiram dois novos empregados.

Ainda de acordo com a publicação, embora os postos de trabalho gerados pelos pequenos empreendedores sejam equivalentes em todas as classes sociais, correspondendo a 40% dos integrantes de cada uma delas, a parcela preenchida pelos empregados desses negócios é mais expressiva na classe média. Os empregados correspondem a quase metade (48%) das vagas criadas por pequenos empreendedores para trabalhadores da classe média.

Edição: Denise Griesinger

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