Medidas do governo para conter imigração ilegal podem ter efeito contrário, alerta senador

25/04/2013 - 12h54

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Estabilizada a primeira fase de atendimento pela força-tarefa que está no Acre aos imigrantes ilegais, na maioria haitianos, o governo federal precisa agora desencadear a segunda fase para conter rotas migratórias. O alerta foi feito hoje (25), na Comissão de Relações Exteriores (CRE), pelo senador Jorge Viana (PT-AC) sob pena das ações emergenciais do Executivo passarem a ser um estímulo à novas imigrações ilegais.

A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou requerimento para debater com autoridades dos governos federal, do Acre e empresários, as causas e consequências dessas imigrações. O presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), defendeu que uma comissão de senadores deve visitar Brasileia (AC) para verificar as medidas adotadas e a situação dessas pessoas.

Dados desta quinta-feira recebidos pelo parlamentar mostram que 800 imigrantes estão em Brasileia. “Quanto mais se resolve o problema, mais vai se ampliar a notícia que o governo federal está dando bom atendimento a essas pessoas” disse o senador alertando que, no Haiti, a população já tem conhecimento das medidas tomadas pelo governo federal em parceria com o governador acriano Tião Viana.

O senador Viana alertou que, na segunda etapa das ações governamentais, é importante que o Ministério das Relações Exteriores estabeleça um diálogo com os governos do Haiti, Equador, Peru e Panamá. O objetivo é estabelecer ações conjuntas que permitam aos quatro países interromperem as rotas migratórias. Os haitianos que se submetem às pessoas que exploram financeiramente a imigração ilegal – os coiotes – pagam, em média, US$ 4 mil. As rotas migratórias haitianas começaram a funcionar em 2010.

O senador ressaltou que “se o governo federal não tomar uma atitude para por fim à entrada ilegal de imigrantes no país” a entrada no Brasil não terá fim. O senador também fez um apelo ao empresariado nacional para que contratem a mão de obra dos haitianos que aguardam, em Brasileia, uma oportunidade de trabalho.

Edição: Denise Griesinger

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