Márcio Fortes não sabe ainda se será Autoridade Olímpica até 2016

07/04/2013 - 13h06

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, foi escolhido para o cargo pela presidenta Dilma Rousseff e sua indicação teve a aprovação do Senado para um mandato de quatro anos, o que lhe garante a permanência no cargo até julho de 2015. Assim, ele não tem certeza se, depois de ser o principal responsável no governo pela organização das Olimpíadas de 2016, estará no cargo no dia 5 de agosto do ano seguinte, na cerimônia de abertura, “pois isso dependerá do futuro presidente da República”, já que haverá eleições presidenciais em outubro de 2014.

A APO é um consórcio público, formado pela União, pelo estado e pelo município do Rio de Janeiro, e foi criado pela Lei Federal 12.396, de 21 de março de 2011, para coordenar a participação desses três entes na preparação e execução dos Jogos Olímpicos de 2016, especialmente para assegurar o cumprimento das obrigações por eles assumidas perante o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Paralímpico Internacional.

Além de lidar com toda a parte de infraestrutura, instalações, equipamentos e logística das Olimpíadas, a APO tem que cuidar também da questão das licitações necessárias que seguem o modelo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os recursos do governo federal são repassados aos demais participantes por meio de acordos de cooperação técnica, envolvendo a União, o estado e o município do Rio, e chegam ao destino por meio da Caixa Econômica Federal.

Cabe à APO, juntamente com a Caixa e o Ministério do Esporte, o monitoramento da execução dos projetos das instalações esportivas e de tudo o que esteja relacionado aos Jogos. Em alguns casos, as Olimpíadas “herdará” obras da Copa, como o Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, que será o palco da abertura e do encerramento das competições olímpicas, e a Transcarioca, via expressa de ligação da Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim, na Ilha do governador.

“Na execução dos projetos, nossa linha de ação é que eles podem até ser bonitos – e devem ser bonitos – mas têm que priorizar os aspectos funcionais e esportivos, porque não podem custar caro. Temos um extremo cuidado para evitar custos desnecessários”, explicou Márcio Fortes, que disse não ser possível estimar um custo global das Olimpíadas do Rio de Janeiro porque a candidatura da cidade foi apresentada em 2007 e os valores da época estão defasados, além de haver obras que já estavam previstas na cidade com recursos do PAC e a do Maracanã, que está sendo reformado para a Copa do Mundo, mas servirá também para o evento olímpico.

Como um exempo de transparência do que está sendo feito pela União, o estado e o município do Rio de Janeiro, sob supervisão da APO, Márcio Fortes informou que existe um “forte acompanhamento” por parte do Comitê Olímpico Internacional, que envia periodicamente consultores e dirigentes para analisar o andamento dos trabalhos. A cada seis meses, há uma inspeção por parte da Comissão de Coordenação (Cocon) do COI, que é o órgão de maior hierarquia e revê os preparativos em todos os setores.

“O pessoal do COI é bem mais light do que o da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e sempre há um bom diálogo conosco. E a grande preocupação deles é com o legado que as Olimpíadas deixarão para a população, não apenas com o aspecto esportivo dos Jogos. O que eles querem é que o evento sirva para melhorar a qualidade de vida das pessoas, com obras de saneamento, transportes, comunicações, energia e outras, que ficarão para sempre na cidade que sedia a disputa olímpica”, declarou Márcio Fortes.

 

Edição: Aécio Amado

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