Governo nega cancelamento de contratos de embarque de soja por problemas de transporte

01/04/2013 - 20h25

Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, disse hoje (1º) que não houve cancelamento de contratos para embarque de soja em função de problemas de transportes. Segundo ela, o que ocorre é uma reprogramação das datas pelos produtores.

A informação foi repassada ao governo pelo setor privado. A secretária disse que o problema da logística preocupa e está sendo tratado pelo governo federal. A imprensa divulgou na semana passada o cancelamento de contratos da soja brasileira para a China em função do atraso no embarque do grão nos portos.

"Não há cancelamentos de contratos. Nós acompanhamos o tema com muito interesse e a notícia que nos foi dada até agora é que há apenas reprogramação de embarques", disse a secretária durante coletiva de imprensa para comentar o resultado da balança comercial de março e o balanço das exportações e importações no primeiro trimestre do ano. O gargalo da infraestrutura no transporte da soja e outros grãos aos portos brasileiros é uma queixa antiga dos produtores. O estado ruim da rodovia, os preços do frete e a sobrecarga dos portos são os principais problemas.

Procurado pela Agência Brasil, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, disse que cancelamentos de contratos não chegaram ao conhecimento da entidade. No entanto, segundo ele, os produtores podem não ter notícias a respeito pelo fato de, muitas vezes, a exportação ser feita com a intermediação de uma trading (empresa importadora e exportadora que funciona como um departamento comercial terceirizado).

"Não sei se houve cancelamento. Mas já é um absurdo a empresa jogar para a frente porque não conseguiu carregar [o navio]. O mais importante é que o problema existe e é preciso resolver. Não adianta o governo ficar dizendo que foi reprogramação", disse Silveira.

Edição: Fábio Massalli

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