Saneamento rural depende do envolvimento das comunidades e de acompanhamento técnico

18/03/2013 - 18h41

Vinícius Lisboa*
Enviado Especial da Agência Brasil/EBC

Belo Horizonte - O envolvimento das comunidades no controle e na definição dos modelos de saneamento a serem adotados nas áreas rurais foi classificado como imprescindível em uma mesa redonda realizada na tarde de hoje (18) no 4º Seminário Internacional de Engenharia em Saúde Pública.

A especialista do Banco Mundial Juliana Garrido expôs dados sobre a realidade brasileira e afirmou que os moradores dos locais beneficiados devem participar do planejamento das ações, inclusive definindo quanto podem pagar, e se manterem engajados na fiscalização dos sistemas, com a assistência técnica de profissionais qualificados.

"Quanto mais você envolver a comunidade, mas ela se compromete com o bem que está sendo entregue e com o serviço que vai ser provido”, disse. Segundo Juliana, quando há uma assistência especializada e o engajamento popular, o serviço se mantém operante pelo triplo do tempo, e os custos para atualizá-los são mais baixos.

De acordo com os dados apresentados, enquanto 98% da população urbana têm acesso à distribuição de água, apenas 81% dos habitantes das áreas rurais dispõem do mesmo serviço. A situação é pior quanto ao esgotamento sanitário, que está presente em 80% dos lares brasileiros, mas beneficia 50% da população rural, deixando 15 milhões de pessoas de fora.

Uma das grandes barreiras apontadas para o saneamento nas áreas rurais são a pobreza, a dispersão das comunidades e a falta de interesse dos entes públicos. O presidente da Fundação Nacional de Saúde, Gilson Carvalho, que participou do debate, afirmou que a meta da Funasa é levar o saneamento a 750 comunidades rurais e 375 quilombolas até 2015.

* O repórter viajou a convite da Funasa


Edição: Beto Coura

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil