Solução do déficit global de infraestrutura passa pelas parcerias público privadas, avalia presidente do Bird

06/03/2013 - 22h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As parcerias público-privadas (PPPs) poderiam ser a solução para o atual déficit de infraestrutura em todo o mundo, disse hoje (6) o presidente do Banco Mundial (Bird), Jim Yong Kim. O déficit, segundo ele, é estimado em torno de US$ 50 trilhões nos próximos 20 ou 30 anos. E seriam necessários investimentos “de centenas de bilhões de dólares”. Jim Yong Kim se reuniu com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

A infraestrutura é um problema, reconheceu o presidente do Bird. Ele indicou, entretanto, que o banco pode trabalhar com grupos como o BNDES para encontrar caminhos que estimulem investimentos nessa área. “O Bird pode fazer alguns investimentos, o BNDES também. Podemos ajudar também a trazer investimentos para o Brasil”, disse.

Yong Kim declarou que o Bird e o BNDES estão desenvolvendo várias ações para dinamizar o mercado de capitais brasileiro, além de trabalhar para que instituições privadas invistam em infraestrutura. Ele enfatizou que o setor público não pode arcar sozinho com todos os investimentos necessários para sanar o problema. “Então, nós precisamos criar caminhos para ter mais parcerias público-privadas (PPPs) para construir a infraestrutura necessária”.

As PPPS foram um dos temas centrais do encontro entre Jim Yong Kim e Luciano Coutinho. “Podemos ter excelentes parcerias público privadas com eles [BNDES]”, disse o presidente do Bird, em rápida entrevista à imprensa após a reunião.

O presidente do Bird se referiu, em particular, à experiência do Hospital do Subúrbio, que conheceu em Salvador (BA), na última segunda-feira (4), no primeiro dia de sua visita ao país. “Foi uma experiência positiva”, disse. Essa é a primeira unidade de saúde no país a funcionar por meio de uma parceria público-privada. O projeto foi executado por meio de convênio de cooperação técnica entre a Secretaria da Saúde da Bahia, o BNDES e a International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Bird.

Kim informou ter tratado também com Luciano Coutinho sobre possibilidades de investimentos na África. “É uma grande região, com muitas pessoas e oportunidades de investimentos”. Há intenção de as duas instituições contribuírem para o desenvolvimento do continente.

O presidente do Banco Mundial reiterou que o crescimento de 0,9% da economia brasileira, registrado no ano passado, foi um número “desapontador”. Ressaltou, entretanto que, este ano, o Brasil pode crescer em torno de 3,5%. Em razão de programas sociais como o Bolsa Família e o Plano Brasil sem Miséria, observou que a população brasileira tem mais dinheiro nas mãos para comprar, “o que é um bom estímulo para o consumo”.

No início da tarde, Jim Yong Kim visitou a Escola Municipal Affonso Várzea, localizada no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Aos estudantes, ele deixou uma mensagem de esperança, destacando que a Coreia, onde nasceu, foi no passado um país muito pobre e que as escolas representam para os jovens uma possibilidade muito importante para o futuro. Considerou a qualidade das instalações “impressionante”. Sobre o teleférico do Complexo do Alemão, definiu como sendo uma grande e importante solução para a população que vive na região”.

 

Edição: Aécio Amado

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