Caminhada em São Paulo chama a atenção para a fibromialgia

17/02/2013 - 19h16

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Pacientes, parentes e amigos de pessoas que sofrem de fibromialgia fizeram na manhã de hoje (17) uma pequena caminhada pela zona sul da capital paulista. A caminhada teve início na frente do Hospital São Paulo (Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp) e seguiu até a Estação Santa Cruz do metrô. O destino dos cerca de 30 participantes era a Estação Clínicas do metrô, onde estão expostos trabalhos artísticos feitos por pacientes que fazem tratamento contra fibromialgia no hospital.

A exposição, chamada AdorArte, estará aberta até o dia 22 deste mês. Dos mais de 200 trabalhos produzidos por 80 mulheres foram selecionados 20 para a exposição. Os trabalhos foram desenvolvidos por pacientes com fibromialgia que participaram do Projeto Mão à Obra, desenvolvido pela fisioterapeuta e artista Andréia Salvador Baptista e coordenado pelo professor Jamil Natour.

O objetivo da iniciativa foi avaliar a eficácia da terapia artística para o tratamento da dor e fazer com que os pacientes falassem sobre o que estavam sentindo. “As pacientes tiveram aulas de artes e de expressão corporal e se expressaram por meio das telas, já que falar sobre a doença nem sempre é tão fácil”, disse a fisioterapeuta. Segundo Andréia, a terapia artística, aliada à atividade física, deu grande resultado. “Trabalhando não só o físico mas também o emocional o efeito é mais duradouro. Elas (pacientes) ficaram por mais de um ano sem dor”, falou a fisioterapeuta.

Os trabalhos estão expostos no salão principal do hospital e na Estação Clínicas. “Estão expostas obras de arte que falam de fibromialgia. Foram feitas por pacientes que participaram de um grupo de terapia durante cinco meses. E, nesse grupo, essas pessoas se expressavam artisticamente. Desse trabalho surgiram obras muito bonitas que decidimos expor”, disse Andréia.

Segundo a fisioterapeuta, a maior parte dos pacientes de fibromialgia são mulheres. As pinturas, de cores bem fortes, retratam flores, pessoas, corações, ilhas e vasos de plantas, entre outros temas. “As obras retratam sensações e angústias ligadas a dor difusa, fadigas, alterações de sono e humor, além de demonstrar ao público em geral que a arte pode ser terapêutica”, diz um cartaz que apresenta as obras expostas.

A fibromialgia é uma dor generalizada e crônica.  “Normalmente a fibromialgia aparece quando há estresse físico ou emocional. Se a pessoa é geneticamente predisposta, desenvolve [a fibromialgia]”, explicou Andréia.

Uma das pacientes do hospital que participou do projeto é Monica Maria Rabelo, de 66 anos. Monica, que acompanhou a caminhada, diz ainda sofrer de fibromialgia. “Sinto dores na perna, nas mãos, no braço. É muito ruim”, disse ela. À Agência Brasil, Monica contou que nunca tinha pintado uma tela antes de participar do projeto no hospital. “Nunca pintei nada. É gostoso. Faz bem. E ajuda (a amenizar as dores) porque você se distrai”.

Edição: Tereza Barbosa

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