Mulheres são maioria entre empregados de fundações privadas, mas ganham menos

05/12/2012 - 10h17

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro -  As mulheres representavam 62,9% do pessoal assalariado das fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil em 2010. No Sul, esse percentual chegava a 67,6% do total de ocupados e no Norte, 55,2%. Apesar disso, as mulheres ganhavam um salário mínimo a menos que os homens.

Os dados fazem parte do Perfil das Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos em 2010 divulgado hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Nas áreas de saúde e da assistência social, a população feminina chegava a 73,7% e 71,7% do total respectivamente. A presença masculina era maior apenas nas entidades voltadas para esportes e recreação (66,8% do total de empregados). Eles também estavam mais presentes nas associações de produtores rurais e de moradores e nas entidades de desenvolvimento rural.

Em 2010, as fundações privadas e associações sem fins lucrativos empregaram 2,1 milhões de pessoas no Brasil.

Além de não terem fins lucrativos e serem privadas, associações e fundações devem ser também legalmente constituídas, auto-administradas e voluntárias. Por esse motivo, algumas associações ou fundações como partidos políticos e sindicatos, conselhos, fundos e consórcios municipais, condomínios não se enquadram nessa categoria.

Mais da metade desses trabalhadores (58,1%) encontravam-se na Região Sudeste, onde está situada a maioria dessas entidades. Cerca de 35% trabalhavam em São Paulo.

A pesquisa aponta também que o grupo de entidades de educação e pesquisa, embora represente apenas 6,1% do total, empregava 26,4% do total de trabalhadores dessas fundações e associações, sobretudo, na área de educação superior. O motivo, segundo a pesquisa, é o fato de que 1,4 mil universidades ou faculdades (0,5% do total das entidades pesquisadas) empregavam mais de 165 mil pessoas (7,8% do total de trabalhadores). Na área de saúde, as 6 mil entidades tinham mais de 574 mil trabalhadores.
 
Cerca de 33% dos assalariados dessas entidades tinham nível superior em 2010 e essa participação era constante em todas as grandes regiões do país. O percentual era bem maior que o registrado nas empresas e demais organizações formais ativas (16,6%).

Ainda segundo o estudo, as menores taxas de ocupações estão no Norte e Nordeste e se devem à presença proporcionalmente mais forte de entidades de defesa de direitos e interesses dos cidadãos, que estão entre as entidades que menos empregam.

 

 

Edição: Lílian Beraldo