Em São Paulo, juízes promovem ação para tirar dúvidas de trabalhadores

21/10/2012 - 17h19


Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Moradores da região do Pari, em São Paulo, puderam hoje (21) tirar suas dúvidas sobre questões referentes ao trabalho. Magistrados estiveram neste domingo (21) na Escola Estadual Frei Paulo Luig para esclarecer, orientar e informar a população. A ação faz parte da campanha Juiz do Trabalho: Sempre ao Seu Lado, uma iniciativa da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

“O intuito maior da campanha é mostrar à sociedade que o Poder Judiciário é muito mais acessível do que a sociedade imagina. Estamos nos deslocando até as escolas porque é nas escolas que se forma efetivamente a cidadania”, disse Sandra Bertelli, diretora de direitos humanos da Anamatra e da Associação dos Magistrados do Trabalho (Amatra-SP), em entrevista à Agência Brasil.

A campanha foi lançada no Rio de Janeiro, no Complexo do Alemão, e também em Salvador. Em São Paulo, a escolha por uma escola no Pari ocorreu principalmente porque na região vivem muitos bolivianos e paraguaios, trabalhadores que, em geral, oferecem mão de obra para trabalhos em confecções conhecidas, em grande parte, segundo a Anamatra, pelo desrespeito aos direitos trabalhistas.

“A campanha vai ser lançada em todos os estados do Brasil. Em São Paulo, escolhemos o Pari porque é um bairro simbólico, onde há trabalho escravo. Nossa intenção é alertar a população que existem direitos que precisam ser cumpridos”, disse Patricia Almeida Ramos, presidente da Amatra-SP.

Na manhã de hoje, a ajudante geral Nilzete Gomes da Costa esteve na escola para tirar dúvidas sobre seu emprego. “Quero pedir demissão da firma e vim saber quais são meus direitos. Agora fiquei mais tranquila e tirei todas as dúvidas que tinha. Para mim foi ótimo”, disse ela.

O almoxarife Ormindo Teixeira Brito também aproveitou a ação para tirar dúvidas trabalhistas. “Em 2005, eu trabalhava em uma empresa e fui dispensado. Fiz uma cirurgia e fui dispensado. Entrei com processo e fui reintegrado. Agora a empresa me mandou embora de novo e vim aqui tirar minhas dúvidas”, contou. Brito disse ter saído do local bem orientado sobre o que deve fazer. “Acho muito importante as pessoas saberem os direitos tanto do trabalhador quanto do empregador”, acrescentou.

Além dos esclarecimentos trabalhistas, a ação na escola contou com apresentações de teatro, com saraus e danças folclóricas bolivianas e paraguaias. Os trabalhadores ganharam uma cartilha em quadrinhos que mostra os seus direitos básicos.

Edição: Graça Adjuto