Setor corporativo pede que governo estabeleça metas específicas de serviços de internet de banda larga

08/10/2012 - 21h22

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) vai entregar um documento ao  ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, hoje (8) à noite, no Riocentro, em que o setor corporativo brasileiro demanda  metas de universalização de atendimento  específicas no serviço de internet de banda larga. O documento será entregue durante a abertura da Futurecom, um  dos maiores eventos do setor de tecnologia da informação (TI) e telecomunicações da América Latina.

“O ministério tem feito muita coisa, um trabalho que a gente reconhece e admira no sentido de tentar universalizar o acesso à banda larga e o acesso às telecomunicações, equiparar a velocidade de acesso à banda larga e também os serviços de telecomunicações que são oferecidos aos usuários residenciais no Brasil ao que existe no mundo. No entanto, para o setor  corporativo, o que aconteceu?”, disse à Agência Brasil a gerente de Projetos de Telecomunicações da Firjan, Ana Hoffman. 

Ana esclareceu que as empresas de grande porte, como Petrobras,  criaram suas infraestruturas próprias. “As demais estão sendo atendidas da pior maneira possível. A gente tem problema de cobertura, de oferta de serviços, a gente tem problema de qualidade no atendimento. Infelizmente, o Plano Nacional de Banda Larga [PNBL] não contemplou essa análise de melhoria  dos serviços para o setor”, disse.

A gerente da Firjan frisou que  os serviços de telecomunicações são tão importantes hoje como os serviços de energia, logística e transporte. “O que a gente está buscando é que o Ministério das Comunicações entenda e se comprometa com  metas de universalização  para os serviços ao cliente corporativo, com um pacote essencial mínimo que todas as operadoras terão de oferecer”.

O documento reivindica que  os novos regulamentos e avaliações que forem feitos contemplem o setor corporativo. As empresas e sindicatos filiados  à entidade alegam que o serviço oferecido ao setor é lento, caro e reduz a competitividade das indústrias. “A questão é que o serviço para o setor corporativo precisa ser medido, monitorado e ter metas específicas para o atendimento, assim como eles estão fazendo com o serviço residencial”, disse.

A Firjan já apresentou  ao ministério o pleito de um pacote essencial mínimo de  conexão em banda larga para as empresas brasileiras com velocidade de 15 megabites  para o setor corporativo. “O que a gente quer é que o governo tenha a visão de que esse pacote deveria ser oferecido por todas as operadoras, em todas as áreas de cobertura, e que o serviço para o setor corporativo tenha metas  específicas”.

A proposta é que, até 2015, nenhuma empresa no Brasil tenha um serviço de acesso à banda larga  com menos de 15 megabites. “Porque isso é um atraso de vida. Tira da gente  a possibilidade de  fazer uma série de coisas como, por exemplo, fazer videoconferência, utilização de filmes, porque a gente não tem banda para se comunicar. Isso detona com a nossa competitividade internacionalmente e dentro do próprio país, porque também temos diferenças de região para região”, disse.

O documento é apoiado por mais de 25 empresas, entre as quais a Transpetro, subsidiária da Petrobras, e a Glaxo, do setor farmacêutico.  “A indústria está se levantando e pedindo novos e melhores serviços  para o setor corporativo”, disse Ana. A presença do ministro Paulo Bernardo foi confirmada pela assessoria de imprensa do ministério.

Edição: Fábio Massalli