Em Harvard, Cristina Kirchner defende ampliação do FMI e do Conselho de Segurança da ONU

28/09/2012 - 10h06

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil


Brasília – A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, defendeu ontem (27) a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em discurso na Universidade de Harvard, ela reiterou a necessidade de os dois órgãos refletirem o mundo atual, e não o de mais de meio século atrás. A presidenta também justificou as medidas econômicas adotadas pelo governo argentino para conter a evasão de dólares do país.

Cristina Kirchner lembrou que o Conselho de Segurança foi criado após a 2ª Guerra Mundial para manter o controle sobre o terrorismo internacional e, portanto, representava o mundo daquela época. O Brasil e vários países defendem a ampliação de 15 para 25 o número de vagas no órgão. Assim como o Brasil, a Argentina pleiteia um assento permanente no conselho.

"[Há] um novo cenário, a fotografia da 2ª Guerra Mundial mudou. Não tenho a pretensão de ter a solução, mas levanto a questão como um desafio para um projeto que nos permita construir uma sociedade mais justa e igualitária", disse.

Para a presidenta argentina, a atual estrutura do Conselho de Segurança não leva à solução de problemas, pois as decisões são tomadas por alguns países e não pelo conjunto de nações. Ela se referiu diretamente à polêmica envolvendo a crise na Síria, que dura 18 meses. Para os Estados Unidos, o ideal é aprovar a intervenção militar no país.

Há três dias, a presidenta Dilma Rousseff, na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, reiterou a defesa em favor da ampliação do Conselho de Segurança – que é formado por 15 países e tem apenas cinco assentos permanentes – e de várias instituições internacionais.

Na palestra em Harvard, Cristina Kirchner respondeu a perguntas dos estudantes. Ela justificou as medidas econômicas adotadas na Argentina para conter a evasão de dólares. Segundo a presidenta, a Argentina registra uma elevada quantidade de dólares enviados para os Estados Unidos. A presidenta negou que tenha aumentado o próprio patrimônio, após assumir o governo.


*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur

Edição: Juliana Andrade