Setor de serviços não financeiros cresce mais no Nordeste e diminui desigualdades regionais

26/09/2012 - 11h14

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Apesar de a Região Sudeste concentrar, em 2010, 66,9% da receita bruta das empresas do setor de serviços não financeiros, 67,2% dos salários e 60,3% do pessoal ocupado, o Nordeste apresentou crescimento acima da média nacional no período.

De acordo com a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2010, divulgada hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a média brasileira de crescimento chegou a 31,8%, as empresas do Nordeste alcançaram 36,1%, como destaca a pesquisadora do IBGE Ana Carla Magni. No Sudeste, houve expansão de 31,3%.

“Olhando o crescimento relativo de 2007 para 2010, a região que apresentou uma variação acumulada mais densa foi a Nordeste, com destaque para o Piauí, que cresceu mais de 50%. Como um todo, a Região Nordeste teve um crescimento acumulado da receita de 36,1% e do pessoal ocupado de 34,8%. Foi a região que mais cresceu no período.”

A pesquisadora explica que, apesar de o Nordeste sair de um nível mais baixo, conseguiu alcançar um patamar maior de crescimento comparado, o que aponta um caminho para reduzir as desigualdades regionais.

Apesar do crescimento proporcional maior, o Nordeste ainda apresenta os menores salários no setor de serviços não financeiros. A PAS mostra queda nesse indicador em todos os setores e regiões.

Enquanto a média do Brasil caiu de 2,6 salários mínimos em 2007 para 2,4 em 2010, a da Região Nordeste caiu de 2 para 1,8. No Sudeste, a média caiu de 2,9 para 2,7 salários mínimos. A Centro-Oeste apresentou a maior queda: de 2,5 para 2,2 salários mínimos.

De acordo com Ana Carla, a queda no indicador se deve à política de valorização do salário mínimo, o que não indica variação negativa nos salários. Enquanto a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 22,2%, a variação do salário mínimo no período chegou a 36,7%, saindo de R$ 380 em 2007 para R$ 510 em 2010. Atualmente, o valor é R$ 622.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo