Após 11 meses ocupada pelas forças de Pacificação, Rocinha inaugura a sua UPP

20/09/2012 - 18h43

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Ocupada desde novembro do ano passado pelas forças de Pacificação, a Favela da Rocinha, na zona sul da capital fluminense, recebeu hoje (20) a 28ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Os mais de 840 mil metros quadrados da comunidade, uma das maiores da América Latina, com cerca de 70 mil moradores, serão policiados por 700 policiais militares.

O policiamento também terá o reforço de 100 câmeras espalhadas em pontos estratégicos da favela. De acordo com o comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos, em 45 dias os equipamentos estarão funcionando assim como o centro de operação. "Essas câmeras vão aumentar o potencial do patrulhamento, é como se tivéssemos 100 homens a mais”, disse.

Nos últimos meses, a comunidade já contava com 408 policiais, mesmo assim os moradores ainda se sentiam inseguros. Foram 13 mortes, sendo que duas vítimas eram policiais. Eles foram mortos enquanto faziam o patrulhamento da comunidade.

A UPP da Rocinha tem três bases em pontos estratégicos. Uma delas fica na casa que pertenceu ao então líder do tráfico no local, Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, de onde se tem uma visão privilegiada da entrada da favela. O governador Sérgio Cabral admitiu que a Força de Pacificação ainda pode encontrar resistência de criminosos que estão na comunidade. “Nós não temos nenhuma ilusão. A marginalidade vai tentar de todas as maneiras continuar processando uma vida paralela com a venda de drogas e até mesmo no enfrentamento”, declarou.

Cabral pediu a colaboração dos moradores com as ações policiais. “O espírito tem que ser colaborativo entre os policiais e vocês [moradores]. Então vamos conviver harmonicamente, vamos construir juntos essa relação”, ressaltou.

Morador da Rocinha há 34 anos, o aposentado José Brandão dos Santos viu a comunidade crescer e passar por momentos difíceis, com o domínio do tráfico. Ele mora a poucos metros da antiga residência do traficante Nem. “Quando eu cheguei aqui, em 1978, a favela era praticamente coberta por mata, vi muitas casas surgirem. Hoje é um momento importante para a comunidade. Sem os bandidos, vamos viver sem o medo”, disse.

 

Edição: Aécio Amado