Hezbollah apela para que adeptos do Islã protestem no Líbano contra filme que satiriza Maomé e a religião

17/09/2012 - 9h29

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O líder do movimento xiita libanês hezbollah, Hassan Nasrallah, apelou ontem (16) para que os adeptos do islamismo façam protestos em todo país contra o filme que satiriza o profeta Maomé e a religião. No vídeo, divulgado pela emissora de televisão Al Manar, o líder pediu que os manifestantes não ataquem as embaixadas e os consulados estrangeiros. Uma onda de ataques ocorreu contra as representações diplomáticas dos Estados Unidos, da Alemanha e do Reino Unido.

“O mundo precisa ver a nossa raiva, nas nossas caras, nos nossos punhos e nos nossos gritos. O mundo precisa saber que o profeta [Maomé] tem seguidores que não ficam em silêncio perante a humilhação", disse Nasrallah.

No vídeo, o líder disse que o conteúdo do filme é o pior ataque sofrido nos últimos meses pelo Islã. "É o pior ataque contra o Islã desde os Versos Satânicos, [o livro] de Salman Rushdie, a queima do Alcorão no Afeganistão e a publicação de cartuns [sobre Maomé] na imprensa europeia", ressaltou.

Segundo o líder, serão organizados protestos em diferentes áreas do Líbano até o próximo domingo (23), nas quais há maioria xiita, como Beirute, Tiro, Baalbek, Bint Jbeil e Hermel. De acordo com ele, é necessário adotar um acordo internacional para que todos os países proíbam ataques contra qualquer religião.

No vídeo, Nasrallah disse que os muçulmanos não devem atacar embaixadas estrangeiras, mas defendeu a punição ao filme, produzido nos Estados Unidos. Há uma semana, um protesto contra o filme em Benghazi, no Leste da Líbia, causou a morte de Chris Setevens, embaixador dos Estados Unidos, e de três funcionários do consulado norte-americano.

As declarações do líder do Hezbollah surgiram horas depois de o papa Bento XVI ter apelado para a paz e a reconciliação na região do Médio Oriente, no final de uma visita de três dias ao Líbano. Na missa campal, em Beirute, Nawaf Al Moussawi participou representando o Hezbollah.

 


*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa   //    Edição: Lílian Beraldo