Pendências judiciais não vão atrasar implantação de hidrelétricas, diz secretário

03/09/2012 - 11h24

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os problemas judiciais e as questões trabalhistas envolvendo as obras de algumas das principais usinas hidrelétricas em construção na Região Norte não comprometerão o cronograma de entrada em operação dessas unidades.

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, disse que "os problemas que vêm ocorrendo nas obras dessas usinas estruturantes, em sua maioria, já estavam previstos e não vão comprometer a entrada em operação. As empresas estavam preparadas. Podemos até citar os casos das usinas Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, que estão inclusive adiantadas em relação aos cronogramas fixados por ocasião dos leilões”.

Ventura citou ainda a Usina de Belo Monte, em construção no Rio Xingu, como uma das que serão entregues no prazo. “Belo Monte também está dentro do cronograma e os movimentos que ocorrem já estavam previstos. É como eu disse, quando se faz um planejamento para empreendimentos desse porte já se deixa um espaço para possíveis problemas que venham a ocorrer”.

Na avaliação do secretário de Planejamento e Desenvolvimento, o mais importante é aproveitar a chamada janela hidrológica, já que algumas obras só podem ser feitas no período seco. “E só não respeitando essas janelas é que poderemos encontrar problemas no cumprimento dos cronogramas. Mas em empreendimentos desse tipo sempre se pode acelerar a obra para compensar eventuais atrasos. As empresas têm estrutura para isso”.

Ventura Filho confirmou que a Usina Santo Antônio deverá entrar em operação ainda em 2012, Jirau em 2013 e Belo Monte a partir de 2015. “Todas elas estão dentro do cronograma e a nossa expectativa é que começassem a entrar em produção para atender às nossas necessidades até 2015 e, no caso de Belo Monte, a partir dessa data”.

O secretário informou ainda que a partir de 2018 estarão entrando em operação as usinas estruturantes do Baixo Tapajós: Juruema e Teles Pires. “Junto a elas estarão também começando a operar as usinas eólicas, as movidas a biomassa (principalmente a cana-de-açúcar) e as movidas a gás natural", que estão sendo implantadas em vários locais. São essas usinas que vão garantir o abastecimento necessário a partir de 2018, até 2022 a 2023”.

Altino Ventura Filho disse que o sistema elétrica brasileiro ainda terá, pelos próximos dez anos, em sua expansão, 50% da energia garantidos pelos empreendimentos hidrelétricos. “É a nossa fonte principal e que, por várias razões, é a mais adequada e existente em grande potencial. É competitiva, renovável, baixa emissora dos gases de efeito estufa e planejada com o mínimo de impacto ambiental nas comunidades próximas".      


Quando estiverem operando juntas e a plena carga, as usinas Jirau, Santo Antônio e Belo Monte agregarão ao Sistema Interligado Nacional (SIN) cerca de 17.500 megawatts (MW) de energia elétrica – 3.500 MW a mais do que a maior unidade em operação no país e uma das duas maiores do mundo, a Usina de Itaipú, com seus 14 mil MW de geração.

Somente as usinas do Complexo do Rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) juntas agregarão ao SIN 6.450 MW. A primeira, operando a plena carga, vai gerar 3.450 MW, enquanto Santo Antônio agregará 3.150 MW. Ambas estão sendo construídas no estado de Rondônia.

A Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no estado do Pará, será a segunda maior hidrelétrica do país, perdendo apenas para a Itaipu. A unidade vai acrescentar ao SIN cerca de 11 mil megawatts (MW).

Edição: Graça Adjuto