Atualizada - Sócio da Bônus-Banval desconhecia irregularidades em sua empresa, diz advogado

10/08/2012 - 17h04

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A defesa do empresário Breno Fischberg, réu no processo do mensalão, disse hoje (10) que ele desconhecia esquemas irregulares dentro da corretora Bônus-Banval, da qual era sócio-proprietário. Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a corretora foi usada para lavar dinheiro do mensalão para o PP.

Ao contrário da maioria dos defensores que já ocuparam a tribuna, o advogado Guilherme Nostre não negou a existência do mensalão, se limitando a excluir seu cliente dos fatos. “Não estou dizendo se houve mensalão, se não houve mensalão. Estou dizendo que não há como Breno Fischberg avaliar essa situação. Seu papel é de profunda insignificância”, destacou o advogado.

Segundo Nostre, o trabalho de Fischberg era lidar com as finanças da corretora e ele desconhecia o publicitário Marcos Valério, os integrantes do PP ou de outros partidos políticos. “O acusador quer considerar [Fischberg] responsável criminalmente não por uma situação sua, mas por ser sócio de uma empresa. Ele nada tem a ver com episódios”. Com uma pergunta, o advogado quis mostrar aos ministros do Supremo que seu cliente não teria como saber a quem se destinavam os recursos. "Como poderia Breno, que não conhecia Marcos Valério, desconfiar que aqueles recursos serviriam para hipotético sistema criminoso de compra de votos?".

O defensor também se excluiu do grupo de advogados que desejam atrasar o julgamento do mensalão, pois, segundo ele, essa demora seria “prolongar um sofrimento”. Ele destacou que já se passaram “sete anos em que Fischberg tenta provar que não tem relação com os fatos da ação penal, sem sucesso”.

Fischberg é acusado dos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro e, de acordo com Nostre, “teve vida profissional aniquilada, a vida pessoal comprometida, com rosto estampado em todos os jornais como mensaleiro”.

O advogado negou que a corretora Bônus-Banval era de fachada e usada exclusivamente para o repasse de valores do mensalão ao PP. “A empresa era sólida, idônea, com atuação de muitos anos e mais de 2 mil clientes”, atestou.
 

Edição: Lana Cristina//Matéria ampliada às 17h10