Atualizada - Defesa do ex-deputado Pedro Corrêa vai tentar explicar por que ele recebeu R$ 700 mil do PT

09/08/2012 - 16h57

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) será o primeiro parlamentar acusado de envolvimento com o esquema do mensalão a ter direito à defesa durante julgamento desta quinta-feira (9), no Supremo Tribunal Federal (STF). Seu advogado, Marcelo Leal de Lima Oliveira, deve rebater as acusações de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra seu cliente.

O ex-deputado era presidente do PP na época das denúncias. Ele é acusado de ter participado do recebimento de R$ 700 mil do empresário Marcos Valério de Souza, por meio do assessor João Cláudio Genu. O dinheiro teria sido usado para pagamento do advogado de defesa do ex-deputado Ronivon Santiago, processado por compra de votos na eleição de 2002.

Em depoimento prestado à Justiça Federal em Pernambuco, em 2007, Corrêa negou as acusações de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. No entanto, ele admitiu que o PT repassou R$ 700 mil para pagar os honorários do advogado Paulo Goyaz, que defendeu o deputado federal cassado Ronivon Santiago.

O repasse, segundo ele, foi autorizado pela Executiva Nacional do PP e recebido pelo ex-deputado José Janene. Ainda no depoimento, Corrêa disse que o PP não tinha condições de pagar os honorários do advogado, mas não soube informar por que o PT aceitou fazer o pagamento, nem a origem dos recursos.

Após as denúncias, Corrêa teve o mandato cassado pela Câmara dos Deputados em março de 2006.

Edição: Lana Cristina//A matéria foi atualizada às 16h11 para corrigir o nome do advogado que representou Pedro Corrêa na sessão de hoje, 9, no STF. Segundo a matéria, Eduardo Antônio Lucho Ferrão representaria o ex-deputado, conforme consta na Ação Penal 470. No entanto, quem compareceu para defendê-lo foi Marcelo Leal Lima de Oliveira