Recuperação da economia permitirá crescimento da produção de veículos sem prorrogação de IPI, diz dirigente da Anfavea

08/08/2012 - 21h01

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A retomada do crescimento da economia no segundo semestre permitirá que a indústria automotiva recupere a produção nos próximos meses independentemente da prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido sobre os veículos, disse hoje (8) o vice-presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Ele, no entanto, evitou confirmar se a entidade pediu a prorrogação do benefício, que acaba no fim do mês.

“Nós acreditamos que o cenário macroeconômico no segundo semestre será ainda melhor. A base de financiamento já voltou e temos a convicção de que vai crescer mais ainda. Achamos que o setor, a partir de setembro, pode andar junto com o crescimento da economia, independentemente da prorrogação do IPI”, declarou Moan, depois de se reunir com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

De acordo com Moan, a diminuição de impostos anunciada em maio ajudou a reduzir os estoques das montadoras, mas somente agora a produção de veículos começa a reagir. “As vendas, de fato, subiram, mas o nível de produção ainda não está muito bom. Acreditamos que a redução do nível de estoques pode retomar a produção”, declarou. A Anfavea projeta que o setor encerrará o ano com crescimento de 4% nas vendas e de 2% na produção.

Segundo Moan, os estoques nos pátios das montadoras caiu de 43 dias em maio para 25 dias no fim de julho, nível considerado normal pelo vice-presidente da Anfavea. As aprovações de financiamento para a compra de veículos aumentaram. De cada dez pedidos de crédito, informou ele, sete estão sendo aceitos pelas instituições financeiras. “No pior momento da crise, a média estava em três aprovações”, ressaltou.

Em cerca de duas horas de reunião, os representantes da Anfavea e o secretário executivo do Ministério da Fazenda discutiram medidas para pôr em operação o novo regime de impostos para o setor automotivo, que entrará em vigor em 2013. Segundo Moan, um dos assuntos discutidos no encontro foi a forma que as montadoras comprovarão o investimento de 5% da receita em engenharia e pesquisa e inovação. Esses investimentos serão levados em conta para diminuir as alíquotas de IPI em até 2 pontos percentuais.

O dirigente da Anfavea negou que a prorrogação do IPI reduzido tenha sido discutida. Segundo ele, a possível adoção de cotas para a importação de veículos também não foi abordada. “Apenas discutimos detalhes operacionais sobre o novo regime”, disse.

 

Edição: Aécio Amado