Quase 70% dos casos de H1N1 que evoluiram para óbito em SP ocorreram em pacientes com fator de risco

01/08/2012 - 17h43

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Cerca de 69% dos casos graves que evoluíram para óbito em São Paulo, causados pelo vírus Influenza A H1N1 ocorreram em pacientes que apresentavam alguma doença crônica ou fator de risco, como hipertensão, obesidade, tabagismo, cardiopatia, pneumopatia, doenças renais e gestantes. Os dados, referentes a 2012, são da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

“Estamos observando ainda a presença e a circulação do H1N1, como também do H3N2 e do vírus B. Mas os casos ocorrem em número menor do que em 2009, quando ocorreu a pandemia. Considerando a ocorrência dos casos de [vírus] Influenza em [doentes] crônicos e a gravidade, estamos, então, reforçando a orientação para eles se vacinarem”, disse a diretora de imunização da secretaria, Helena Sato.

Segundo levantamento do órgão, os casos graves confirmados para Influenza A H1N1 apresentaram queda de 38% em julho, em comparação com o mês anterior. Foram 61 casos graves da doença registrados no estado contra 98 em junho. Em 2012 foram registrados 212 casos de Influenza A H1N1, dos quais, 45 evoluíram para óbito.

Para os outros tipos de vírus da gripe, foram registrados no estado, em 2012, 102 casos graves do Influenza A H3N2 sazonal e três casos para Influenza B sazonal. Ao todo, 11 óbitos foram registrados em 2012 causados pelos dois vírus.

Vacinação - Desde o dia 16 de maio, início da campanha de imunização, os postos de saúde em São Paulo aplicaram 5,5 milhões de doses, 80,2% do total do público-alvo. As gestantes estão entre as que menos aderiram à campanha, com imunização de 77%. A vacina também é indicada para idosos com 60 anos ou mais, crianças a partir dos 6 meses e menores de 2 anos, indígenas e trabalhadores da saúde.

"A vacinação das grávidas melhorou um pouco em relação ao ano passado. A grávida, uma vez infectada pelo vírus da gripe, tem um maior risco de desenvolver complicações, como a pneumonia. Daí a importância de ser vacinada. Algumas não tomam a vacina por medo da reação. A vacina é muito bem tolerada. Não mais do que 10% das pessoas vacinadas podem apresentar alguma febre e esse tipo de reação não traz prejuízo ao bebê", disse Sato.

A vacinação pode ser feita gratuitamente nos postos de saúde por pessoas com doenças crônicas e com fatores de risco, por crianças entre 6 meses e menor de 2 anos de idade, grávidas em qualquer período da gestação, pessoas com 60 anos ou mais e por trabalhadores da saúde.

Edição: Fábio Massalli