Amil e Green Line continuam liderando ranking dos planos de saúde com mais queixas no Procon-SP

23/07/2012 - 18h45

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O Grupo Amil é o líder em reclamação de consumidor sobre operadoras de planos de saúde no ranking apresentado hoje (23) pela Fundação Procon de São Paulo. A empresa, que oferece os planos de saúde Amil, Amico, Dix e Medial, recebeu 457 reclamações entre 1º de janeiro e 17 de julho deste ano. A segunda colocada no ranking é a Green Line Sistema de Saúde, com 294 queixas.

Os dois planos de saúde também lideraram as reclamações desse tipo de serviço apresentadas pelos consumidores em 2011 no estado. De acordo com o Procon-SP, no início deste ano, a Amil e a Green Line foram convocadas para apresentar propostas para reduzir o número de reclamações e aumentar o número de solução de casos.

A Green Line, contra a qual foram registradas 851 queixas no ano passado, se comprometeu em reduzir em 15% o número de reclamações e solucionar 75% dos casos. Já a Amil, que teve 816 queixas em 2011, informou ao Procon-SP que pretende reduzir esse número em 5% e alcançar solução em 78% dos casos.

À Agência Brasil, o Procon-SP esclareceu que não está previsto nenhum tipo de sanção caso as duas empresas não alcancem, este ano, a proposta que apresentaram. No início do mês, o governo federal suspendeu a venda de 268 planos de saúde de 37 operadoras, entre essas a Green Line Sistema de Saúde S/A.

No ranking do Procon-SP das operadoras de planos de saúde que receberam mais reclamações de consumidores estão também a Unimed Paulistana (166 queixas), Intermédica Sistema de Saúde (125), SulAmérica Companhia de Seguro de Saúde (109), Itálica Saúde (55), Universal Saúde (48), Centro Trasmontano e Golden Cross (ambas com 42 reclamações), Bradesco Saúde (35) e Prevent Senior (31).

Segundo o Procon-SP, o ranking foi elaborado com base nas queixas de consumidores que precisaram de mediação da fundação para serem resolvidas. Os consumidores reclamaram de problemas com demora ou impossibilidade em autorizar ou marcar consultas e exames, negativa de cobertura ou reembolso, alteração na rede credenciada sem aviso e reajuste de faixa etária.

Procurada pela Agência Brasil, a Amil respondeu que está em período de 15 dias de silêncio por causa da divulgação dos resultados da empresa e que não pode se pronunciar à imprensa, neste momento, sobre o tema.

Por meio de nota, a SulAmérica disse que o ranking do Procon-SP se refere às cartas de informações preliminares (CIPs), que dizem respeito às reclamações, solicitações e esclarecimentos que foram direcionados por seus segurados ao Procon.

“Isso significa dizer que no ano de 2012 a companhia recebeu 16 pedidos de informações preliminares por mês, considerando uma base de 2,4 milhões de clientes, sendo que, em 84,3% desses casos, as reclamações/solicitações/esclarecimentos foram atendidas satisfatoriamente”, disse a empresa.

As CIPs são enviadas ao fornecedor quando o Procon não consegue o compromisso da  empresa para atendimento da solicitação. No documento, a instituição pede esclarecimento sobre as razões da resistência em atender à legislação de proteção e defesa do consumidor. Em caso de não atendimento da carta, o Procon poderá instaurar processo administrativo.

A Unimed Paulistana, por sua vez, informou que todas as reclamações encaminhadas têm retorno de 100%, “porém, pelo ponto de vista do cliente, nem sempre a solicitação é atendida”. Segundo a Unimed, entre janeiro e julho deste ano, 100% das manifestações feitas por usuários do plano no site Reclame Aqui foram atendidas.

Até a publicação dessa matéria, a Agência Brasil não obteve as respostas que solicitou à Green Line e à Intermédica sobre o problema.

Os consumidores que tiverem dúvidas ou quiserem fazer uma reclamação podem procurar o Procon de sua cidade ou identificar o órgão de defesa do consumidor mais próximo por intermédio do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. Em São Paulo,  o atendimento do Procon é prestado pelos canais de atendimento informados no site da instituição, entre eles o telefone 151, na capital.

Edição: Davi Oliveira