Nove meses depois da morte de Khadafi, ainda há muito o que fazer na Líbia

10/07/2012 - 7h50

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Por 42 anos, a Líbia esteve sob domínio do então presidente Muammar Khadafi. Em outubro de 2011, ele foi capturado e morto, iniciando nova fase no país. Após sete meses de conflitos em 2011, várias cidades foram destruídas, como Sirte (terra natal de Khadafi) e Brega. Nove meses depois, ainda há instituições públicas desfeitas e empresas privadas estrangeiras que negociam seu retorno ao país.

A morte de Khadafi encerrou um longo período que alternou momentos de tensão e isolamento com a comunidade internacional. Depois de 2003, Khadafi retomou as articulações para se reproximar da comunidade internacional. Porém, o processo de desgaste do seu governo acentuou-se com os protestos na região.

Localizada no Norte da África, a Líbia viveu intensos conflitos entre manifestantes, que reivindicavam o fim do governo Khadafi, com as forças leais ao governo. Em meio aos conflitos, houve a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Manifestantes e integrantes das forças leais foram mortos. Os números são incertos.

Em setembro de 2011, a comunidade internacional, reunida na 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos, autorizou a participação do Conselho Nacional de Transição (CNT) nas sessões. Na ocasião, a bandeira da oposição a Khadafi foi hasteada. O Brasil foi um dos países que apoiaram a participação da oposição nas discussões das Nações Unidas.

Com 6,5 milhões de habitantes, a Líbia se divide em três grandes regiões, controladas por clãs familiares que estabelecem núcleos de poder próprios, assim como culturas e reivindicações distintas. Para as autoridades líbias, um dos principais desafios é obter o consenso, unificando os desejos e as demandas desses clãs.

Edição: Graça Adjuto