Servatis assina TAC para investir R$ 38 milhões em ações de recuperação do meio ambiente em Resende (RJ)

04/07/2012 - 18h52

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro- Responsável pelo vazamento de 8 mil litros de inseticida no Rio Paraíba do Sul, há quatro anos, a empresa Servatis assinou hoje (3) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A Servatis se compromete a investir R$ 38 milhões, referentes à multa pelo acidente, em ações na área de pesquisa, meio ambiente, além de encerrar a produção de agrotóxicos em até cinco anos.

A empresa aceitou parar de produzir seis inseticidas e sete herbicidas, dentre eles, o endosulfan, que causou o acidente. A Servatis pretende investir agora em fármacos e biotecnologia, por meio da remodelação do parque produtivo e de parcerias com instituições como o Instituto Vital Brasil e a Universidade Federal Fluminense (UFF), como consta do documento.

"Gradativamente teremos nossa autonomia nessas áreas", disse o vice-presidente da companhia, Carlos Azevedo, que aposta no novo centro de pesquisa e produção. O polo está sendo instalado em um terreno de 150 mil metros quadrados em Resende, sede da empresa. No município, a Servatis está obrigada a tratar o esgoto de três bairros e apoiar ações de educação ambiental.

Por causa dos impactos do vazamento de 2008, a empresa também fica obrigada a produzir um milhão de alevinos (peixes) por ano para repovoar o Rio Paraíba do Sul e recuperar margens do rio que ficaram destruídas. O reflorestamento de algumas áreas também está na lista.

Para a empresa, que sofre com prejuízos financeiros desde 2010 em função do acidente, a conversão da multa em medidas na área ambiental foi a melhor forma de compensar perdas pelo vazamento sem fechar as portas. "O acidente foi tráfico. Mas uma multa, a meu ver, nunca resolve o problema. Já o TAC vai gerar soluções eficazes e duradouras”, disse o vice-presidente da Servatis.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse que não basta multar. "É reconverter a situação produtiva para em vez de produzir agrotóxicos que contaminam o nosso tomate do dia a dia, nossos rios e os pássaros da região, ser vanguarda na produção de biodefensivos".

O vazamento no Paraíba do Sul foi considerado um dos maiores acidentes ambientais do estado do Rio de Janeiro. Contaminou 400 quilômetros do Rio Paraíba do Sul e matou milhares de peixes em período de reprodução. A empresa ainda foi condenada pela Justiça a pagar R$ 2,5 milhões em indenizações para pescadores.

Edição: Fábio Massalli