No Armazém de Popularização da Ciência, criança pede desculpas à Terra por destruição

14/06/2012 - 19h21

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Montado no cais do Porto do Rio de Janeiro para aproximar a ciência e a tecnologia dos cidadãos, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o Armazém de Popularização da Ciência, ou simplesmente Armazém Pop Ciência, recebeu hoje (14) a visita de estudantes de diversas idades, principalmente de escolas públicas do Rio.

Em um dos espaços, as crianças escreveram recados para o planeta e fizeram desenhos sobre sustentabilidade. Cada bilhete foi pendurado em um painel feito com pedaços de caixotes reutilizados.

Sentada em um banquinho produzido com papelão e apoiada na mesa de madeira reciclada, a estudante sul-matogrossense Vanessa Martinez, de 11 anos, fez um pedido de desculpas à Terra pela destruição causada pelo homem. Ela faz parte de um grupo de crianças atendidas pela organização não governamental (ONG) Moinho Cultural, que promove a inclusão social por meio das artes, como a dança e a música. Ao todo, dez crianças ligadas à instituição vieram de Corumbá (MS) para participar de atividades da Rio+20. “Fiz uma mensagem para me desculpar porque todos nós estamos poluindo muito a Terra. Eu acredito que é possível melhorar tudo isso, basta ter bons hábitos, como economizar água e energia”, disse.

Já o recado da estudante carioca Ana Carolina Torres, de 11 anos, trazia um alerta: “Devemos cuidar da água do planeta, pois sem água a gente não sobrevive”, escreveu a menina.

Todos os bilhetes, que refletem pensamentos e propostas das crianças, integrarão um documento intitulado Carta das Crianças para a Terra, que será apresentado no dia 22 deste mês no Espaço Humanidade 2012, montado no Forte de Copacabana, zona sul do Rio.

O Armazém Pop Ciência, localizado no Píer Mauá, faz uma releitura do símbolo da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), quando foi montada a Árvore da Vida, no Aterro do Flamengo, zona sul carioca. Na estrutura, transformada em monumento, as pessoas penduravam cartas com sugestões para um mundo melhor. Na nova versão da Árvore da Vida, as mensagens levadas pelos participantes da Rio+20 serão encaminhadas aos dirigentes de diversos países e difundidas pela internet.

Ainda no Armazém Pop Ciência, o Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), montou uma exposição baseada nas experiências dos cientistas britânicos Charles Darwin e Alfred Wallace, quando estiveram no Brasil, no século 19. No local, os visitantes se impressionaram com os exemplares da biodiversidade brasileira, entre eles, fósseis de peixes fluminenses e amazônicos de água doce, como a piranha, o peixe-cascudo e a arraia.

A estudante carioca Luanna Rodrigues, 15 anos, disse estar encantada com a exposição e contou ter aprendido coisas interessantes sobre a vida de Darwin. “Eu achei muito interessante porque descobri muitas coisas sobre a vida dele, coisas que a gente não aprende na escola, como o fato de que ele era colecionador de besouros”, disse ela, cuja matéria preferida na escola é biologia.

O Armazém de Popularização da Ciência ficará montado até o dia 22 deste mês e tem entrada gratuita, das 9 às 18h. O espaço conta com a participação de 50 instituições de ensino e pesquisa e traz exposições sobre biomas do Brasil, energia, biodiversidade e mudanças climáticas. A programação prevê debates e palestras sobre temas relacionados à conferência. A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) foi a gestora do projeto,  um trabalho que consumiu dez meses de preparação.

Paralelamente ao Armazém, a Feira de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia mostra dezenas de trabalhos de jovens do ensino fundamental e médio do Rio de Janeiro. Ali, instituições ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apresentam, em estandes, suas atividades.
 

Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.

Edição: Lana Cristina