Famílias desabrigadas no Amazonas serão transferidas para balsas

23/05/2012 - 22h23

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As famílias desabrigadas em função das cheias  que atingem os rios do estado do Amazonas serão transferidas para abrigos construídos em balsas. A operação, que começa esta semana, segundo a assessoria do governo estadual, vai começar pelo município de Careiro da Várzea, na região metropolitana de Manaus.

No Careiro, 22 famílias estão abrigadas em uma escola. As mais afetadas serão levadas para quatro balsas montadas em uma estrutura que funciona como moradia e inclui barracas, banheiros químicos, fornecimento de água, alimentação e kits dormitório.

Em todo o estado, mais de 76 mil famílias foram atingidas de alguma forma pelas cheias que afetaram 53 dos 62 municípios. Cinquenta cidades decretaram estado de emergência e três – Barreirinha, Anamã e Careiro da Várzea – decretaram estado de calamidade pública.

O governo estadual afirmou que está ajudando as famílias que moram às margens de igarapés com a limpeza desses cursos d'água e com um plano emergencial de cerca de R$ 2 milhões, para a compra de madeira e, assim, erguer os assoalhos das casas alagadas e fazer pontes e passarelas.

Como o problema é periódico, a assessoria do governo estadual garantiu que já está adotando medidas para minimizar os impactos no futuro. Segundo balanço do governo, 13,8 mil famílias que moravam às margens de igarapés foram retiradas desses locais. Mais mil famílias também devem ser transferidas até o primeiro semestre do ano que vem. Desse total, pelo menos 4 mil famílias ainda devem ser remanejadas este ano.

Na agricultura, os prejuízos provocados pelas chuvas já ultrapassam a casa dos R$ 60 milhões, pelas contas da Secretaria Estadual de Produção Rural. A cifra corresponde à produção de 14 mil famílias de agricultores que foram afetadas. De acordo com o órgão, em alguns municípios toda a produção foi perdida.

O governo federal está disponibilizando uma linha de crédito especial no valor de R$ 350 milhões, por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), com juros de 1% ao ano, carência de três anos, prazo de até dez anos para pagamento e desconto de 40% no valor do empréstimo.

Edição: Lana Cristina