Ausências de chefes de Governo e de Estado não enfraquecem Rio+20, diz embaixador

18/05/2012 - 18h53

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O embaixador André Corrêa Lago, chefe da Divisão de Política Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Ministério das Relações Exteriores, reafirmou hoje (17) que as ausências de chefes de Governo e de Estado, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, não diminuem a importância do evento.

"Isso não diminui a força da Rio+20. O que acontece é que a presença de chefes de Estado é algo que tem um simbolismo muito grande", observou Corrêa Lago, sobre as ausências do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.

O embaixador disse que, por outro lado, mais de 100 chefes de Estado confirmaram a participação no evento, em junho, no Rio, entre eles, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. "Claro que quanto mais melhor, na medida em que isso mostra um comprometimento", declarou.

Ao lado da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o embaixador participou nesta sexta-feira do lançamento da versão em português do relatório das Nações Unidas (ONU) Povos Resilientes, Planeta Resiliente - Um Futuro Digno de Escolha, com recomendações para o desenvolvimento sustentável.

Dentre os temas do documento, Izabella Teixeira destacou a discussão sobre a eficiência dos recursos energéticos, a erradicação da pobreza e a segurança alimentar, além da construção de indicadores para medir a sustentabilidade da economia.

"Ninguém quer abandonar o PIB [Produto Interno Bruto], mas mostrar que é possível incluir outros indicadores que traduzam os custos dos preços das chamadas externalidades ambientais", disse a ministra.

Em entrevista à imprensa, ao ser perguntada o que o Brasil pode fazer para sair na vanguarda e pôr em prática os conceitos de desenvolvimento sustentável, como os citados no relatório, a ministra do Meio Ambiente evitou falar sobre a possibilidade de criação de um órgão específico para tratar do tema. "Talvez [a criação de um ministério] não seja a solução. Mas o Brasil pode tratar de uma estrutura de governança sustentável. Aguardem [cenas] dos próximos capítulos. Tenham certeza que teremos boas notícias", acrescentou, sem dar detalhes da iniciativa.

O documento da ONU também apresenta 56 recomendações para governos, sociedade civil e iniciativa privada que permita pôr em prática o desenvolvimento com sustentabilidade.

Edição: Lana Cristina