Espanha classifica como negativa decisão da Bolívia de expropriar empresa e cobra indenização

02/05/2012 - 9h59

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, classificou hoje (2) como “negativa” a decisão da Bolívia de nacionalizar a empresa Red Elétrica Internacional (SAU), administrada pela  Rede Elétrica Espanhola (REE). De acordo com Guindos, o governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, vai compensar a empresa espanhola de forma adequada.

“O que a Bolívia nos garantiu é que vai compensar a empresa pelos custos investidos na rede de eletricidade, algo que o governo espanhol vigiará”, disse Guindos, acrescentando que é necessário garantir um pagamento  justo.

“Não gostamos desse tipo de decisão porque acreditamos que é fundamental manter a segurança jurídica no processo de investimento em países como a Bolívia”.

O comando da REE enviou hoje comunicado à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) informando que espera conhecer os detalhes do procedimento de nacionalização da sua filial na Bolívia, assim como a fixação do preço da participação.

De acordo com a empresa, o impacto da nacionalização é mínimo nas suas contas, pois a filial boliviana (Transportadora de Eletricidade-TDE), da qual detém 100% do capital, representa apenas 1,5% do volume de negócios do grupo.

Morales anunciou ontem a nacionalização das ações da Rede Elétrica Espanhola na Red Elétrica Internacional (SAU)  e ordenou às Forças Armadas que assumam o controle das instalações da empresa. A decisão ocorreu duas semanas depois de a Argentina expropriar a petrolífera YPF, administrada pela espanhola Repsol.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto