Na mensagem de Páscoa aos católicos, papa pede fim de "banho de sangue" na Síria

08/04/2012 - 15h21

Da BBC Brasil

Brasília - Em sua tradicional mensagem de Páscoa, na manhã de hoje (8), o papa Bento XVI pediu que o governo da Síria ponha fim à violência no país, que já dura um ano, e manifestou preocupação com os cristãos que sofrem por causa da fé.

No discurso anual Urbi et Orbi (Para a Cidade e para o Mundo), diante de cerca de 100 mil pessoas concentradas na Praça São Pedro, no Vaticano, o papa fez também um apelo à paz em outros países do Oriente Médio e da África, particularmente no Mali e na Nigéria. Poucas horas antes, o Vaticano havia anunciado que Bento XVI visitará o Líbano em setembro.

"Que o Cristo ressuscitado leve esperança ao Oriente Médio e permita que todos os grupos étnicos, culturais e religiosos daquela região trabalhem juntos para avançar no bem comum e no respeito aos direitos humanos", disse o papa. "Particularmente na Síria, [para] que haja um fim ao derramamento de sangue e um compromisso imediato para o caminho do respeito, do diálogo e da reconciliação, como pedido pela comunidade internacional", acrescentou.

Ele manifestou a esperança de que "muitos refugiados" que precisam de ajuda humanitária "encontrem a aceitação e a solidariedade capazes de aliviar seus terríveis sofrimentos".

Para o Mali, que está em situação de caos após um grupo de oficiais do Exército tomar o poder em um golpe de Estado há duas semanas, Bento XVI disse esperar "que o Cristo glorioso traga paz e estabilidade".

Para a Nigéria, palco de violência étnica e religiosa, ele pediu que "a alegria da Páscoa dê a força necessária para a construção de uma sociedade pacífica e que respeite a liberdade religiosa de seus cidadãos".

As cerimônias dos últimos dias para a celebração da Semana Santa e da Páscoa mostraram um pontífice aparentemente cansado e frágil.O serviço de sábado, normalmente realizado à meia-noite, foi antecipado para não sobrecarregar Bento XVI, de 84 anos, que acaba de retornar de uma viagem a Cuba e ao México.

O irmão mais velho do papa, que mora na Alemanha, revelou que o pontífice, que fará 85 anos este mês, pretende reduzir o ritmo de viagens para não se cansar demais.