Agricultores sem terra ocupam prédio da Secretaria de Agricultura e exigem diálogo com governador do DF

21/03/2012 - 13h15

Da Agência Brasil
 

 

Brasília -  O prédio da Secretaria da Agricultura do Distrito Federal (DF) amanheceu hoje (21) ocupado por agricultores sem terra que reivindicam que o governador do DF, Agnelo Queiroz, promova reforma agrária em terras que estão sob domínio da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) - responsável pelas terras públicas da região.

Os agricultores chegaram ao prédio da Secretaria da Agricultura por volta das 6h30. Muitos deles foram acompanhados por toda a família, inclusive crianças de colo. Indicando que pretendem ficar no local por tempo indeterminado, os sem-terra armaram barracas e colocaram colchões nos corredores e ao redor do edifício.

“Eu quero trabalhar e para isso preciso ter um pedaço de terra. Por isso estou aqui participando do movimento”, disse a agricultora Cíçara Feitosa Freitas, de 44 anos. “O governo tem muita área disponível para a reforma agrária”, acrescentou ela, uma das mais ativas na ocupação de hoje.

O diretor Agrário de Reforma de Meio Ambiente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) do DF, Jorge Augusto Xavier, disse ainda que o esforço do grupo é para conseguir negociar diretamente com o governador Agnelo. “O principal ponto de reivindicação é que o governador do Distrito Federal nos receba para que possa discutir possibilidades de repassar terras que estão em domínio da Terracap. Queremos que ele faça reforma agrária no DF”, disse.

Xavier disse que há um mês o grupo de agricultores tenta negociar com um interlocutor do governo do DF, sem sucesso.

O subsecretário de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário do Distrito Federal, Francisco José Lopes, evitou entrar na controvérsia, mas assegurou que o governador irá negociar com os agricultores e buscar o fim do impasse. “O que está acontecendo é uma luta dos movimentos sociais pela terra. Eles [os manifestantes] querem ser assentados em áreas rurais. Existem áreas rurais em Brasília que podem assentar essas famílias”, disse.

Segundo ele, o governo do DF faz uma série de estudos técnicos sobre as áreas que podem ser usadas em assentamentos. “[É necessário avaliar porque] muitas dessas áreas são inviáveis para o assentamento, tem problema ambiental ou não ter capacidade de produzir. Nós estamos analisando essas áreas todas”, garantiu.

 

Edição: Lílian Beraldo