Com um dia a mais no calendário, muitas pessoas planejam atividades extras

29/02/2012 - 8h18

Da Agência Brasil

Brasília – O ano de 2012 é considerado especial para muitas pessoas por ser bissexto. A peculiaridade é que mais um dia em fevereiro - 29 - é acrescentado aos 365, o que ocorre a cada quatro anos. O acréscimo serve para manter o calendário anual ajustado com a translação da Terra e com os eventos sazonais - relacionados às estações do ano. Mas o que fazer com essas 24 horas a mais? Não faltam ideias e planos para esse dia extra.

Preparando-se para fazer concurso público, a estudante Juliana Urcino, de 21 anos, planejou várias atividades para estas 24 horas a mais que terá hoje (29). “Vou ter mais um dia para estudar muito, para trabalhar bastante, para comer mais e namorar também”, disse ela.

Com várias contas para pagar no fim do mês, a professora universitária Alzimar Ramalho disse que lamenta essas 24 horas a mais. “A primeira coisa que vem à cabeça com essa lembrança de um dia a mais é: vou demorar [mais um dia] para receber o salário”, acrescentou.

O estagiário do Ministério da fazenda Eduardo Maciel, de 30 anos, contou que ele e os amigos resolveram comemorar o ano bissexto em grande estilo. Segundo Maciel, no fim do expediente de hoje “toda a galera” irá para um barzinho celebrar o dia de forma descontraída. “Combinei com o pessoal da faculdade de reunir todo mundo para comemorar essas 24 horas a mais. A ideia é conversar muito, divertir e escutar música boa".

A expressão “ano bissexto” surgiu com a implantação do Calendário Juliano, no ano 45 a.C., definindo alterações no Calendário Gregoriano – que é adotado pela maioria dos países, principalmente os ocidentais.

O diretor técnico do Clube de Astronomia de Brasília, Marcelo Domingues, disse à Agência Brasil que é necessário analisar a questão de forma mais complexa. Segundo ele, ano representa o período no qual a Terra completa uma órbita ao redor do Sol, em seguida ela retorna ao mesmo lugar no espaço após esse tempo.

Domingues lembrou que esse período é chamado de “ano solar” com duração de 365,242199 dias, ou seja, cerca de seis horas mais longo que o atual ano civil, que dura 365 dias – isso multiplicado por quatro equivale a 24 horas ou a um dia. O astrônomo lembrou ainda que no ano 238 a.C., os egípcios propuseram a intercalação de um dia a mais no calendário depois de decorridos quatro anos.

Ele explicou que a primeira tentativa oficial no Ocidente de corrigir a defasagem causada pelos calendários com 365 dias inteiros foi adotada no governo romano de Júlio César, em 46 a.C. Na ocasião,  foi criado o Calendário Juliano. Domingues disse ainda que houve mais mudança nos sistemas de contagem do tempo a partir do Calendário Gregoriano – no período do papa Gregório XIII, em 1582 da era cristã, daí o nome do calendário.

Edição: Graça Adjuto