ONU cobra de Angola responsabilidade sobre violações envolvendo imigrantes congoleses

24/02/2012 - 7h55

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Organização das Nações Unidas (ONU) informou hoje (24) que mais de 3.700 imigrantes ilegais do Congo - a maioria mulheres e crianças - foram vítimas de abusos sexuais cometidos por integrantes das forças de segurança de Angola em 2011. Os dados foram apresentados pela representante especial para a Violência Sexual em Conflitos, Margot Wallstrom, às vésperas da visita do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a Angola.

"[O governo de Angola] particularmente preocupado com os relatos de alegados abusos de direitos humanos, incluindo violência sexual durante as expulsões, em particular contra mulheres e crianças, cometidos por membros das forças de segurança angolanas", disse Ki-moon.

Segundo o secretário-geral, as expulsões ocorreram de forma isolada em áreas e postos de fronteira entre Angola e o Congo, nas regiões da província angolana da Lunda Norte e do Kasai Ocidental (no Congo). No total, o número de expulsões é estimado em 71.879 pessoas. O governo de Angola se comprometeu a facilitar o acesso de missões da ONU e da Organização Internacional de Migrações às áreas consideradas mais delicadas.

O relatório é relativo ao período de janeiro a outubro de 2011 e relata que 3.768 pessoas foram expulsas - incluindo 998 crianças - vítimas de "vários tipos de violência sexual". Os depoimentos contam ainda que houve coação sexual, espancamentos, privação de alimentos e água.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto