Encontro de blocos de rua em cidade satélite de Brasília mostra influência das culturas nordestina e negra

20/02/2012 - 20h44

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Já virou lugar-comum falar do carnaval de Brasília citando o "vazio" político da capital durante os quatro dias da festa de Momo. Mas a cidade que acolhe migrantes de todo país expressa muito mais em seu pequeno carnaval o encontro de culturas de quem deixou o estado de origem, mas trouxe na bagagem o jeito de viver, se divertir e manifestar.

Na cidade satélite de Taguatinga, por exemplo, o encontro dos blocos Mamãe Taguá e Asé Dudu, hoje (20), expressou bem essa mistura e a releitura das referências nordestinas e da cultura negra.

Com seus bonecos gigantes, tambores de Maracatu, figuras de bodes, foliões com pernas de pau e fantasiados de palhaços e bonecos com cabeça feita de cabaça, o Grêmio Dramático e Recreativo Mamãe Taguá, nome oficial da agremiação, varreu as ruas do centro de Taguatinga. O bloco foi fundado por artistas em 1995 e sua referência é a cultura popular nordestina.

"Na verdade, o bloco foi fundado por artistas, alguns nordestinos, outros não, que não puderam viajar no carnaval e decidiram botar o bloco na rua", conta Jorge Simas, um dos fundadores. "Nossa referência é a cultura popular nordestina, um pouquinho de cada estado do Nordeste que chega aqui, interage e vira outra coisa."

Nos 17 anos do bloco, uma geração de "filhos da mãe", como carinhosamente são chamadas as crianças do bloco, se formou. Elas vieram neste ano formando um cordão como a tradição do boitatá. A banda do bloco tocou marchinhas, samba e até a clássica Mamãe, Eu Quero, em ritmo de funk.

Edição: Lana Cristina