Conselho de Segurança da ONU analisa novo texto de resolução sobre a Síria com apoio da Rússia

03/02/2012 - 7h13

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) analisa hoje (3) um novo projeto de resolução sobre a Síria. Nele, há várias concessões à Rússia, que ameaçava usar o poder de veto ao texto apresentado pela Liga Árabe (formada por 22 nações). Foram retiradas do texto as recomendações para a renúncia do presidente sírio, Bashar Al Assad, do poder. Há quase 11 meses uma onda de violência atinge o país em protestos contra Assad.

Uma reunião do Conselho de Segurança russo está programada para esta sexta-feira. A Síria também estará na pauta da 48ª Conferência sobre a Segurança de Munique, na Alemanha, neste fim de semana. Os mais otimistas pensam que a nova resolução não deve ser votada antes de uma ou duas semanas.

As negociações em busca de um acordo na Síria se intensificaram nos últimos dias. No dia 22, a Liga Árabe apresentou um plano de transição política no país, mas o governo da Rússia – aliado histórico dos sírios – rejeitou a proposta e avisou que votará contra a medida no Conselho de Segurança.

O novo projeto de resolução apoia a proposta da Liga Árabe para uma transição política democrática, porém, exclui os detalhes. Não há referência, por exemplo, à transferência dos poderes de Assad para o vice-presidente da República. O texto também não menciona a possibilidade de adoção de sanções econômicas à Síria. Foi retirado também o parágrafo que citava a proibição de vendas de armas à Síria – cujo principal exportador é a Rússia.

Para os diplomatas árabes, o essencial é que o Conselho de Segurança apoie o plano da Liga Árabe e fixe a cláusula que define a adoção das medidas em até três semanas após sua aprovação. Até essa negociação, o governo da Rússia resistia a qualquer iniciativa relativa à Síria.

Nos últimos 11 meses, os protestos são constantes na Síria. Os manifestantes reivindicam a renúncia de Assad. Há denúncias de violação de direitos humanos e de prisões indevidas. O número de mortos pode chegar a 6mil, incluindo 384 crianças.


*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI // Edição: Juliana Andrade