Donos de hospitais poderão ser responsabilizados pela morte de secretário, diz diretor da Polícia Civil

23/01/2012 - 19h03

Da Agência Brasil

Brasília – O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre Moraes, disse hoje (23) que a responsabilidade pela morte do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira Paiva, poderá recair sobre os donos dos hospitais Santa Luzia e Santa Lúcia. Segundo a família de Devanir, que morreu na madrugada de quinta-feira (19), os dois hospitais recusaram-se a atendê-lo por não manterem convênio com o plano de saúde do secretário.

Se a denúncia for confirmada, os donos dos hospitais serão indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A pena para esse tipo de crime vai de um a três anos de reclusão.

Moraes informou que a lista dos plantonistas, bem como as imagens do circuito de segurança dos hospitais onde Paiva buscou atendimento, já estão sendo analisadas pela 1ª Delegacia de Policia (1ª DP) de Brasília. Ele disse que os atendentes e médicos não podem ser responsabilizados pela morte do secretário “Eles [atendentes] são meros funcionários e fazem essas exigências por determinação superior. O médico de plantão também não pode ser responsabilizado porque não teve contato com o paciente e não sabia da gravidade do estado dele.”

Todos serão ouvidos e a responsabilidade deverá recair sobre os proprietários dos hospitais, ressaltou o diretor da Polícia Civil. “Essa determinação só pode ter partido deles", afirmou Moraes.

O delegado da 1ª DP, Johnson Kenedy, destacou que a policia já recebeu ligações relatando problemas com os hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia. As principais queixas são de omissão e de exigência de cheques-caução. “Recomendamos a essa pessoas, que façam denúncias contra os hospitais para inibirmos esse tipo de abuso contra o consumidor”, disse Kenedy.

A 1ª DP de Brasília é a responsável pela investigação das circunstâncias levaram à morte do secretário Duvanier Paiva Ferreira. A apuração sobre a denúncia de que foi exigido cheque-caução para atendimento do secretário ficou com a Delegacia de Defesa do Consumidor (Decom).

Duvanier Paiva Ferreira, de 56 anos, morreu de infarto na madrugada de quinta-feira (19). Segundo a família, ele procurou atendimento nos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia, que não o atenderam. Ele foi socorrido no Hospital Planalto, mas os médicos não conseguiram salvá-lo.

Edição: Nádia Franco