Governo e setor privado querem economia criativa fluminense mais competitiva

10/01/2012 - 18h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O governo fluminense está apostando na força da economia criativa para aumentar a competitividade e gerar desenvolvimento no estado, cujos investimentos previstos para os próximos três anos superam R$ 180 bilhões. “Esse tipo de investimento tem influenciado todos os serviços no estado, porque aumenta o poder de compra do mercado. Isso faz com que se compre mais da indústria criativa”, disse o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno.

O diferencial competitivo da indústria criativa para o Brasil foi discutido hoje (10) durante a abertura oficial do salão de negócios de moda e design Rio-à-Porter, que ocorre em paralelo à feira de moda Fashion Rio. Os dois eventos, integrantes do calendário oficial da moda nacional, funcionarão até o próximo dia 13.

Bueno acrescentou que está sendo feito todo um esforço de incentivo à indústria criativa em cima do setor da moda. Segundo ele, o estado tem a menor carga tributária do país para esse segmento, da ordem de 2%, e quer financiar pequenas e médias empresas ligadas à economia criativa.

O setor têxtil e do vestuário emprega cerca de 66 mil pessoas no Rio de Janeiro, disse. “Você tem uma alta empregabilidade. Além disso, a indústria criativa tem a cara do Rio. Por isso, é de suma importância”. Pensando no desenvolvimento da economia criativa, o governo “vem reduzindo tributos, ampliando linhas de financiamento e a formação de pessoal nessa área”, completou.

O presidente em exercício da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Carlos Mariani, declarou que há dez anos a entidade descobriu a importância da indústria criativa, com o primeiro Fashion Rio. “A Firjan dará todo o apoio às diversas atividades que são englobadas pela indústria criativa, de modo que possamos fazer propagar do estado pelo resto do país”.

Explicou que tudo que envolve a criação a partir de um indivíduo ou de um grupo de pessoas que trabalhem juntas pode ser definido como economia criativa. Cinema, teatro, música, moda, design, arquitetura são exemplos dessa indústria que só faz crescer no Rio de Janeiro. A meta da Firjan é elevar a participação da economia criativa fluminense no Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

O diretor superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), Cezar Vasquez, ressaltou que a entidade foi pioneira ao criar novos modelos de negócios para atender os pequenos empreendedores da economia criativa. O Sebrae-RJ dá suporte à indústria criativa, na área de gestão e organização e, também, promovendo centros de convivência e relacionamento e apoio técnico.

A entidade pretende aprofundar o trabalho de incentivo à economia criativa ”cada vez mais”, disse Vasquez à Agência Brasil. “Essa é uma área que, a gente tem certeza, é uma vocação do Rio e o Sebrae-RJ está investindo muito. Assim como na inovação e na área de indústrias tecnológica, a economia criativa é um dos nossos carros-chefe”.

A diretora do grupo O Boticário, Andréa Mota, destacou a importância que a criatividade e o design inovador tiveram para transformar a pequena farmácia de manipulação de Curitiba (PR), criada há 30 anos, em uma rede de sucesso e alcance mundial. Os produtos inovadores e com grau de sustentabilidade da empresa contribuíram para elevar o Brasil à primeira posição mundial em mercado de perfumaria e ao segundo mercado internacional de beleza. A rede conta com 12 mil empregados diretos e indiretos no país e está presente em 1.700 municípios brasileiros.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, ressaltou a importância da moda, do design e da criação para fortalecer o mercado interno nacional diante das crises externas e fazer o setor continuar a ser o segundo gerador de emprego no Brasil, atrás do setor de alimentos e bebidas.

 

Edição: Aécio Amado