Liga Árabe mantém missão de observadores na Síria

09/01/2012 - 8h35

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Liga Árabe (formada por 23 nações) informou ontem (8) que manterá a missão de observadores atuando na Síria. A decisão ocorre no momento que os observadores são criticados por não conseguirem impedir a violência na região. Em reunião de chanceleres no Cairo (Egito), a Liga Árabe reiterou pedidos à Síria para o fim "imediato" da violência e prometeu reforçar sua missão de observação, cujo objetivo é supervisionar o cumprimento de um plano de pacificação.

Tudo indica que a missão não vai requerer a ajuda de observadores da Organização das Nações Unidas (ONU), sugestão feita pelo Catar que estava entre os temas a serem discutidos na reunião desse domingo. Diversos países árabes se opõem à interferência da ONU na Síria, temendo que medidas semelhantes sejam usadas contra eles no futuro.

Após duas semanas de atuação na Síria, a missão da Liga Árabe está sendo criticada por opositores do regime sírio, que alegam que os observadores estão sendo manipulados pelo governo de Bashar Al Assad e não estão reagindo de forma incisiva à violência no país árabe. Segundo ativistas oposicionistas, ontem houve 20 mortes e entre as vítimas estariam 11 soldados mortos na província de Deraa.

Pelos dados da ONU,  mais de 5 mil civis morreram nos últimos dez meses de protestos pró-democracia na Síria. Apesar dos apelos da Liga Árabe, nada indica que os enfrentamentos estejam a ponto de cessar. Paralelamente, as autoridades da Liga Árabe rejeitaram a possibilidade de extinguir a missão.

Os observadores árabes estão na Síria desde o fim de dezembro, na tentativa de pressionar os dois lados - governo e oposição - a abandonar as armas e de fazer com que o regime de Assad tire o Exército das ruas. A Liga Árabe discutiu também como dar mais independência aos observadores, que no momento são impedidos de se mover livremente pelo país. Ontem (8)  a missão visitou um hospital sírio, acompanhada de membros do governo.

*Com informações da BBC Brasil//Edição: Graça Adjuto