Mantega avalia bem a intervenção mais efetiva do Banco Central Europeu para tentar conter a crise do euro

08/12/2011 - 15h52

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, definiu como “muito positiva” a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de reduzir a taxa de juro da zona do euro em 0,25 ponto percentual, para 1%. Segundo Mantega, é importante uma participação maior do BCE nos problemas da região. Para ele, é possível ver uma “luz no final do túnel” com as medidas. “É um longo túnel, há uma luzinha lá. Mas pode ser uma luz importante”, disse

Mantega também avaliou que faltava justamente uma participação e uma atuação “mais flexível, mais elástica e mais ampla do banco europeu ante a crise”. Com a redução dos juros, destacou, o BCE criou uma linha de financiamento mais longa e aproximou-se do chamado “emprestador de última instância”, papel que antes cumpria de “forma tímida e envergonhada”.

Para Mantega, os países da Europa estão se convencendo que é preciso colocar o BCE à frente do combate à crise. Segundo o ministro, as medidas não são ideais já que outras serão necessárias, como a garantia do banco à rolagem dos títulos europeus que irão vencer. Outro passo importante, destacou, é a constituição de uma união fiscal europeia. “Não é fácil, mas se eles conseguirem essa proeza, de discutir as metas fiscais de cada país, com uma fiscalização e um controle conjunto da Comissão Europeia, também é um avanço considerável", disse.

O ministro destacou ainda que é preciso, por parte dos europeus, que seja dada uma sequência às medidas e afirmou que não houve mudança de cenário para o Brasil, que continua disposto a fazer uma contribuição condicionada para ajudar a combater a crise. “Primeiro, que eles compareçam [com recursos] antes. Que o BCE opere e que os países da região também contribuam para aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e não só o Brasil. Vamos fazer algo combinado com a China, Índia e Rússia".


Edição: Lana Cristina