Casa Branca diz que declarações de Bashar Al Assad sobre mortes na Síria não são dignas de crédito

07/12/2011 - 16h24

Da Agência Lusa

Brasília – A Casa Branca disse hoje (7) que as declarações do presidente sírio, Bashar Al Assad, à emissora de televisão norte-americana ABC, sobre a repressão na Síria “não são dignas de crédito” e contrariam as observações da comunidade internacional. “Não são simplesmente dignas de crédito”, classificou o porta-voz da Presidência norte-americana, Jay Carney.

Durante entrevista ao telejornal ABC News, Al Assad, negou que tenha dado ordem para matar manifestantes contrários ao regime. “O mundo inteiro é testemunha do que se passa na Síria. Os Estados Unidos e muitos outros países do mundo, que condenam a violência exercida na Síria pelo regime de Al Assad, sabem exatamente o que acontece [no país] e quem é o responsável”, acrescentou Carney.

Durante a entrevista, o presidente sírio afirmou que só “um louco” daria ordens para mandar matar cidadãos sírios. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que cerca de 4 mil pessoas morreram desde o início dos protestos contra o governo de Al Assad, que começaram em março deste ano.

“Não se mata a sua população. Nenhum governo no mundo mata o seu próprio povo, a menos que seja dirigido por um louco”, declarou Al Assad, na entrevista. O presidente sírio disse ainda que os 4 mil mortos citados pela ONU como vítimas civis da repressão das manifestações na Síria eram, “na maioria, apoiadores do regime e não o contrário”.

Assad, segundo uma comissão especial de peritos, é responsável por vários atos de violação de direitos humanos, como estupros, assassinatos, prisões indevidas e até mortes de crianças.

A Liga Árabe, formada por 23 nações, tenta negociar o fim do impasse na Síria. Para isso, exige que Assad autorize a entrada de observadores estrangeiros no país. No entanto, o governo sírio discorda dos termos da proposta embora aceite a presença dos monitores.