Monumentos cariocas serão iluminados de vermelho e postos de saúde farão testes para detectar aids

30/11/2011 - 14h45

Flávia Villela
Repórter da Agência

Rio de Janeiro - No sábado (3), a prefeitura do Rio vai disponiblizar em todas as 185 unidades municipais de saúde 30 mil testes para detectar a presença de HIV e sífilis. O teste é gratuito e o resultado sai em dez dias. A ação é uma das iniciativas da campanha Fique Sabendo, em homenagem ao Dia Mundial de Luta contra Aids, a ser celebrado amanhã (1º). O secretário de Saúde, Hans Dohmann, aproveitou o lançamento da campanha, hoje (30) de manhã, para convocar a população a participar.

“O maior objetivo é diagnosticar um grande número de pessoas portadoras do vírus. A ideia é tentar ver o que está na ponta do iceberg para que possamos tomar medidas e nos antecipar à doença. Quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor o tratamento”.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 608 mil pessoas com HIV estão registradas nos programas DST/Aids, 34 mil registrados só no ano passado. No Rio de Janeiro, estão inscritas nos programas do governo 20.395 soropositivos. Deste total, 376 são crianças.

Durante três dias, a partir de amanhã, dez monumentos da cidade, como o Cristo Redentor e a sede da Câmara Municipal, serão iluminados de vermelho em alusão à cor da marca mundial que representa a luta contra a aids, o laço. Outros países, como Canadá, China, Irlanda e Estados Unidos também iluminarão monumentos.

“A ideia é dar visibilidade à causa,” explicou o coordenador especial da Diversidade Sexual da prefeitura, Carlos Tufvesson, “para que as pessoas vejam os monumentos iluminados e lembrem que a cura da aids não existe e a única forma de prevenção é o preservativo”.

Ele lembrou da importância de se elaborar campanhas eficazes para o público jovem homossexual, grupo que registrou crescimento significativo de casos de aids, de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2010. Segundo Tufvesson, esse quadro é reflexo da falta de campanhas para o público gay. “Em 2010, havia 16 homossexuais infectados para cada 10 heterossexuais. Em 1998, eram 12 para cada 10. Precisamos de uma campanha nacional que fale a língua desse público jovem”.

Outra ação, idealizada pela Fundação Viva Cazuza, organização não governamental (ONG) que, desde 1990, dá assistência a crianças e adolescentes carentes portadores do vírus da aids, será o lançamento de um concurso, amanhã, pela internet, para estimular jovens a produzir vídeos falando de prevenção. Os três melhores vídeos receberão laptops e os trabalhos serão veiculados na época do carnaval. A fundadora da ONG, Lucinha Araújo, demonstrou preocupação com o aumento de crianças infectadas com HIV. “Nunca recebemos tantas crianças infectadas desde a abertura da casa. Só este ano recebemos mais de 11 bebês. Acho que faltam campanhas de prevenção”.

O secretário de Saúde adiantou que a prefeitura está reformando e ampliando o setor de doenças infectoparasitárias do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza, em Curicica, bairro da zona oeste, para atender, sobretudo, a pacientes com tuberculose e aids. “Estamos fazendo também a expansão do acesso à testagem e à atenção primária para acompanhar os diagnosticados”, disse Dohmann, ao informar que a cidade tem 18 centros de testagem e que mais dez devem começar a funcionar no início do ano que vem.

Edição: Vinicius Doria