Projeto oferece bolsas de pré-iniciação científica a alunos do ensino fundamental no Rio

25/11/2011 - 6h26

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Estudar os triângulos por meio de origamis é o método que a estudante Laís Martins, de 14 anos, desenvolveu para ajudar alunos de matemática a aprender geometria de maneira mais descontraída e lúdica. Laís é uma das bolsistas do Pibiquinho, uma versão infantojuvenil do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A iniciativa é do Colégio Universitário Geraldo Reis (Coluni), instituição ligada à Universidade Federal Fluminense (UFF).

“A base do meu trabalho são as figuras planas. Fica mais fácil aprender, sem ser só com conta, o que é chato e difícil para a maioria. O aluno aprende a fazer o origami, que ajuda a visualizar melhor os triângulos e também serve como decoração”, destaca a adolescente, que pretende cursar arquitetura ou engenharia.

O Pibiquinho, que completa dois anos e conta com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proppi) da UFF, oferece bolsas no valor de R$ 200 mensais a alunos do ensino fundamental da escola – aproximadamente de 330 estudantes nesse segmento. As bolsas têm duração de um ano, renováveis por mais um ano.

Em 2010, foram oferecidas dez bolsas e em 2011, 15. A ideia é duplicar esse número no ano que vem, segundo a diretora da escola, Iduína Mont'alverne Chaves, que idealizou o projeto com a professora de biologia da UFF Izabel Paixão.

“Ficou notório que as crianças que participaram desse projeto acabaram tendo um desempenho na escola diferenciado. A ideia é formar mais e mais pequenos cientistas para que possam atuar na sociedade de maneira crítica, tratando da ciência com consciência, sabendo para que e por que estão desenvolvendo determinado tipo de pesquisa”, ressalta a diretora.

Izabel Paixão destaca que um objetivo importante do projeto é o de integrar a universidade com o colégio. “A gente despertou a curiosidade pela pesquisa científica e esses alunos acabam por ajudar a divulgar esses conhecimentos para a sua família e conhecidos”.

A professora de biologia cita o exemplo de um dos bolsistas, Dyego Lúcio de Araújo Estevão Rodrigues, de 11 anos, que leu 18 livros em cinco meses e escreveu sobre cada um deles. Com o projeto de incentivo à leitura, Dyego tomou gosto pelos livros e melhorou o vocabulário. Com o dinheiro da bolsa, ele conseguiu comprar um computador.

Outro participante, Pedro Henrique da Silva, de 15 anos, ganhou o primeiro lugar na premiação da Agenda Acadêmica UFF. Ele criou uma biblioteca de plantas medicinais na escola, com 20 espécies catalogadas, que foram colhidas no quintal das casas, na escola e nos arredores do bairro de São Domingos, em Niterói.

Os projetos estão disponíveis no site da UFF e os professores de graduação da universidade se inscrevem como colaboradores para orientar os alunos. Há um orientador do próprio colégio e um coorientador da universidade.

Edição: Juliana Andrade