ONU inaugura fórum para estimular ampliação de zonas nucleares livres de armas

21/11/2011 - 11h41

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), inaugurou hoje (21) o Fórum de Discussão sobre uma Zona Nuclear Livre de Armas no Oriente Médio. Atualmente 113 países dispõem de zonas nucleares livres de armas. O diretor-geral da Aiea, Yukiya Amano, disse que em cada grupo de cinco zonas nucleares pelo menos uma área é livre da produção de armas.

“Estou convencido que as zonas nucleares livres de armas são uma alternativa altamente relevante e eficaz de não proliferação, controle de armas e desarmamento", disse Amano. “"É minha sincera esperança que a discussão [no fórum] será criativa e construtiva”, completou.

Amano acrescentou ainda que é possível produzir energia nuclear em nome do desenvolvimento econômico e com respeito social. Segundo ele, é possível manter populações nas áreas de produção nuclear. Porém, o diretor advertiu que é fundamental assegurar zonas livres de armas. A Aiea promoverá palestras e debates sobre o assunto de forma contínua.

O tratado referente à Zona Livre de Armas Nucleares (cuja sigla em inglês é NWFZs) inclui áreas na América Latina e no Caribe, no Pacífico Sul, no Sudeste da Ásia, na África e na Ásia Central. Amano disse que há “um amplo apoio internacional” para ampliar o acordo com o objetivo de estabelecer uma zona nuclear livre de armas também no Oriente Médio.

Nas últimas duas semanas, o Irã voltou a ser alvo das preocupações da comunidade internacional devido às suspeitas envolvendo seu programa nuclear. Em relatório, a Aiea reiterou que há sinalizações da produção de armas nucleares no país. Porém, as autoridades iranianas negaram as as suspeitas.

No entanto, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França defendem a adoção de sanções ao Irã em decorrência das suspeitas de produção de armas nucleares. O Brasil se mantém cauteloso, mas é contrário à produção de armas. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que os programas nucleares devem ter fins pacíficos.

Edição: Juliana Andrade