Policiais civis do Rio protestam por melhores condições de trabalho e pedem regime de dedicação exclusiva

29/09/2011 - 22h46

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Cerca de mil policiais civis fizeram uma manifestação hoje (29), no centro do Rio, para reivindicar a reestruturação do sistema de trabalho, melhorias no plano de cargos e salários e regime de dedicação exclusiva sem restrição para os agentes. Eles ocuparam as escadarias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e se juntaram aos integrantes do Corpo de Bombeiros, que estão acampados no local desde o dia 30 de agosto, reivindicando reajuste do piso salarial da corporação para R$ 2 mil.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol), Carlos Gadelha, as reivindicações dos agentes têm o aval da chefia de Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública, aguardando apenas que o governador Sérgio Cabral se manifeste a favor da reivindicação da classe.

O Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou um inquérito civil público no qual atribui ineficiência dos serviços de investigação prestados pela instituição. Gadelha justifica que a falta de um regime de dedicação exclusiva dos policiais acaba tornando o serviço ineficaz. “A Polícia Civil é ineficaz. Ela não consegue elucidar os crimes justamente por não trabalharmos todos os dias. Não se pode ter um policial que vai investigar hoje e, depois, só na segunda-feira, retornando às atividades na sexta-feira seguinte. Em nenhum lugar do mundo, uma polícia investigativa trabalha dessa forma”, observou.

O presidente do sindicato defende que se institua o regime de dedicação exclusiva e a valorização do policial civil. Segundo ele, a escala de plantão nas delegacias policiais é 24 horas de trabalho por 72 horas de descanso, o que inviabiliza o trabalho de investigação. Gadelha disse que há casos de delegacias que deixam de prestar atendimento por ausência de delegados. “Nós tivemos a informação de que [em uma certa delegacia] o delegado não estava presente no horário de funcionamento”, contou, pedindo aos manifestantes que entrassem em contato com a Corregedoria-Geral Unificada (CGU) para verificar a situação.

O presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), recebeu os sindicalistas e solicitou à liderança do movimento que entregasse amanhã (30) a pauta de reivindicações da categoria para ser analisada pela Casa Legislativa.

Edição: Lana Cristina